O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (06), que países como Cuba e Venezuela irão pagar suas dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A afirmação do petista aconteceu no momento em que ele discursava na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante, novo presidente da instituição.
‘Grande campanha’, diz Lula ao agradecer Xuxa por ser embaixadora da vacinação
“Eu tenho certeza que, no nosso governo, esses países vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES”, afirmou o presidente durante o evento realizado no Rio de Janeiro. Ainda na ocasião, Lula disse que o BNDES foi “vítima de um processo de difamação muito grave” nos últimos anos.
“Este banco [o BNDES] foi vítima de difamação muito grave durante o último processo eleitoral. As narrativas, mesmo que mentirosas, valem mais do que verdades ditas muitas vezes. Vivemos nos últimos quatro anos um processo de mentira tresloucada”, disse Lula, que chamou de “mentiras” as seguintes acusações levantadas durante as eleições pelo ex-presidente Jair Bolsonaro:
- De que existia uma “caixa-preta” na instituição;
- Que o banco deu dinheiro para países amigos dos governos petistas;
- E de que financiou apenas “meia dúzia” de empresas.
Segundo Lula, na realidade, o BNDES financiou serviços de engenharia de empresas brasileiras em 15 países da América Latina e Caribe entre 1998 e 2017 e que os empréstimos deram “lucro”. Nesse sentido, ele afirmou que o banco “nunca deu dinheiro para países amigos do governo” e que Cuba e Venezuela deixaram de pagar os empréstimos porque Bolsonaro cortou relações com essas nações e deixou de cobrar as dívidas.
Durante sua fala, Lula ainda teceu crítica ao Banco Central, dizendo que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país. Na ocasião, ele também criticou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve na semana passada a taxa de juros em 13,75%.
“É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse o presidente, que destacou que, mesmo sendo criticado por falar sobre o tema, continuará expressando sua opinião sobre o assunto.
“Tem muita gente que fala: ‘Pô, mas o presidente não pode falar isso’. Ora, se eu que fui eleito não puder falar, quem que eu vou querer que fale? O catador de material reciclável? Quem que eu vou querer que fale por mim? Não. Eu tenho que falar. Porque quando eu era presidente eu era cobrado”, finalizou o petista.
Leia também: Kim Kataguiri diz que ‘estão dadas as provas para que Bolsonaro seja processado, condenado e preso’