O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato nas eleições à presidência deste ano, afirmou nesta segunda-feira (04) que tem um plano ousado para caso ele seja eleito em outubro: retirar os militares que hoje ocupam cargos comissionais na governo federal. A declaração de Lula, que, segundo o último levantamento do Instituto DataFolha, lidera as pesquisas para as eleições deste ano, aconteceu em um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no centro de São Paulo, capital.
“Nós vamos ter que começar o governo sabendo que nós temos que tirar quase oito mil militares que estão em cargos de pessoas que não prestaram concurso. Vamos ter que tirar”, disse o ex-chefe do Executivo. Para Lula, é preciso traçar um compromisso já no período pré-eleição, pois, pelo contrário, a proposta não será implantada. “Isso não pode ser motivo de bravata, isso tem que ser motivo de construção. Porque se a gente fizer bravata, a gente pode não fazer”, disse o petista.
Militares no governo
De 2019 para cá, isto é, desde que a gestão de Jair Bolsonaro (PL) começou, o número de militares em cargos civis mais que dobrou. Isso, segundo um levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o órgão, em junho de 2020, por exemplo, eram 6.157 militares da ativa e reserva em atuação no governo. Um número bem maior do que os 2.765 registrados em 2018, durante o governo de Michel Temer.
De acordo com o TCU, o Ministério da Defesa considerava apenas 3.029 integrantes das Forças Armadas no governo. Isso porque o órgão só levou em consideração aqueles que fazem parte da ativa – a maioria dos levados em consideração atuam no próprio Ministério da Defesa e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Durante seu discurso na CUT, que demorou um pouco mais de uma hora, Lula ainda comentou sobre a reforma trabalhista, Congresso Nacional e também criticou o governo de Jair Bolsonaro.
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