O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à presidência, afirmou que todas as mulheres devem ter direito ao aborto. A declaração de Lula aconteceu em São Paulo, nesta quarta-feira (06), em um evento com ex-integrantes do Parlamento Europeu.
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Na ocasião, Lula criticou o fato de mulheres pobres morrerem tentando cometer o aborto enquanto, de acordo com ele, a “madame pode fazer um aborto em Paris” ou “ir para Berlim procurar uma clínica boa”. “Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, quando, na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, afirmou o presidente da república.
Ainda no evento, Lula disse que a pauta da família e valores “é uma coisa muito atrasada” no Brasil. Nesse sentido, afirma ele, deve-se “assumir a discussão tentando fazer a sociedade evoluir e não compartilhando do retrocesso”.
Um pouco antes da declaração, o petista criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), dizendo que ele não respeita as mulheres. “O comportamento dele com relação às mulheres não lhe dá o direito desses valores. Ele não respeita, ele acha que a mulher é um objeto, sabe? Então, é esse cidadão que tenta pregar valores para um grupo”, afirmou o presidente.
Lula esteve no debate promovido pela Fundação Perseu Abramo com a alemã Fundação Friedrich Ebert, em São Paulo, e discursou logo depois do ex-presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, que também marcou presença no evento.
Abortos no Brasil
De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), no primeiro semestre de 2020, por exemplo, mais de 80 mil mulheres foram atendidas após passarem por processos malsucedidos de aborto, sejam eles intencionais ou espontâneos. Segundo o órgão, este número foi 79 vezes maior do que o de interrupções de gravidez previstas pela lei no período: 1.024 abortos legais realizados à época.
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