Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, afirmou nesta quarta-feira (02) que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, “não entende de Brasil” e “de povo”. A declaração aconteceu enquanto o petista criticava a taxa básica de juros em 13,75%, que será diminuída nesta quarta-feira (02) pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
“Não sei a quem que ele está servindo. Aos interesses do Brasil, não é”, disse Lula durante café da manhã com jornalistas de veículos estrangeiros. completando ainda que Campos Neto “não entende de Brasil” e “não entende de povo”. Essa não foi a primeira vez que Lula disparou contra Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o posto.
Nos últimos meses, inclusive, as críticas de Lula ao chefe do Banco Central tem se intensificado, justamente por conta da taxa Selic. Para Lula, a iminente diminuição deveria ter sido anunciada há tempos. “Esperamos que hoje o Copom tome a decisão que já deveria ter tomado há três reuniões de reduzir a taxa de juros, vamos ver o que vai acontecer”, disse Lula.
Taxa de juros menor
O Comitê de Política Monetária vai divulgar no começo da noite desta quarta-feira a decisão tomada sobre o percentual da taxa básica de juros, a Selic. A reunião do Copom começou na terça-feira (01) e se estenderá até esta quarta, quando, após as 18h30, será publicado o resultado e um comunicado justificando a decisão.
O Copom, responsável por analisar a situação econômica do país e, a partir dela, gerir a Selic, é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e outros oito diretores. Essa será a primeira reunião em que o governo Lula terá representantes indicados pelo petista.
Assim como publicou o Brasil123, este deverá ser o primeiro corte na Selic, a taxa básica de juros que está estacionada nos 13,75% desde agosto do ano passado. De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, é amplo o sentimento de economistas e especialistas de que haverá um corte. Isso, por conta dos sinais que o próprio Copom deu nos comunicados de seu último encontro, em junho.
Nesse sentido, explica a publicação, a principal dúvida perdura sobre qual será a magnitude do corte. Hoje, grande parte das casas aposta em uma redução mais cautelosa, de 0,25 ponto percentual. Existem outras mais otimistas, que acreditam que já seja possível ter um corte de 0,5 p.p., mas, em contrapartida, existe uma terceira via, composta de instituições que são especialistas no tema e então divididas entre as duas possibilidades.
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