Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, afirmou neste sábado (19) que ninguém tem “autoridade” para falar sobre política fiscal com ele. A declaração do petista foi feita durante seu discurso feito para a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa, Portugal.
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Na ocasião, Lula foi perguntado sobre uma carta divulgada na quinta-feira (17) pelos economistas Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan sobre declarações recentes do petista. De acordo com o presidente eleito, apesar de não ter lido a carta, ele ficou “feliz” com os “conselhos”.
“Eu ainda não li a carta, mas fiquei feliz quando companheiros me ligaram dizendo que tinha tido uma carta de pessoas importantes, inclusive ex-ministros me alertando dos problemas econômicos. Eu sou um cara muito humilde e gosto de conselho. Se o conselho for bom, pode ter certeza que eu sigo”, afirmou Lula
Segundo o petista, ele fica “chateado” quando levantam dúvidas sobre sua política fiscal. Neste momento, além de afirmar haver um “nervosismo” desnecessário no mercado, ele disse que “ninguém tem autoridade para falar de política fiscal” com ele, pois, durante os oito anos em que foi presidente, o Brasil teria sido o único país do G20 que fez superávit primário.
Em outro momento, Lula tornou a reforçar seu compromisso com a responsabilidade fiscal, mas sem deixar de lado investimentos para melhorar o país. Um dia antes, ele havia dito que, a partir de janeiro, o Brasil teria responsabilidade fiscal sem precisar atender “tudo que o sistema financeiro quer”.
“Sabemos que temos que ter responsabilidade, saber que a gente não pode gastar mais do que a gente ganha, mas sabemos também que podemos gastar para fazer alguma coisa que tenha rentabilidade para fazer o país crescer, melhorar do ponto de vista logístico. Nós vamos recuperar esse país”, explicou Lula.
Assim como publicou o Brasil123, na semana passada, o presidente eleito incomodou o mercado ao falar sobre a responsabilidade fiscal. Na ocasião, ele disse que estabilidade fiscal não pode ser conquistada à custa do sofrimento das pessoas. Na COP 27, ele voltou a criticar teto de gastos e o mercado financeiro. Após a repercussão negativa, ele chegou a falar que nunca havia visto o mercado “tão sensível”.