O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta sexta-feira (07) que não tem pressa em encontrar um substituto para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que deixa a Corte nos próximos dias.
A declaração aconteceu porque, na quinta-feira (06), foi publicado um decreto assinado por ele, e também pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, que oficializa a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, que deixa de ser um membro ativo do STF a partir da próxima terça-feira (11).
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Lula afirmou que não existe data e muito menos um mês definido para a escolha. Nesse sentido, o petista ressaltou que, no momento, não está preocupado com a escolha.
“Acho que tem mais gente preparada para ir à Suprema Corte do que tinha quando eu tive que escolher, há 13 anos”, disse Lula, que preferiu não dar detalhes sobre o perfil que será escolhido.
“Se eu for responder o que você [jornalista] perguntou, eu estarei criando um compromisso que não quero criar agora. Se vai ser negro, se vai ser mulher, se vai ser homem”, disse o presidente, completando que, não quer dar nenhuma referência para não “carimbar” a futura ou futuro ministro da Corte.
Apesar do mistério, Lula confirmou que a pessoa apresentada ao Senado será escolhida por ele. Não suficiente, o petista destacou que jamais faria indicações para um ministro do STF por favores. “Ministro da Suprema Corte tem que ser uma pessoa que leva em conta e cumpre a Constituição”, começou.
“Será uma pessoa altamente gabaritada do ponto de vista jurídico. A pessoa tem que ter uma compreensão do mundo, dos problemas sociais, da realidade desse país. Tem que ter o mínimo de sensibilidade social para assumir uma postura dessas. Porque é muita responsabilidade”, finalizou Lula.
Favorito para a vaga no STF
Hoje, o baiano, Manoel Carlos é o favorito para a vaga. Professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em direito eleitoral, o magistrado é considerado uma “espécie de filho” para Ricardo Lewandowski, que conta com o apoio de outros ministros para a indicação do jurista por conta da idade do postulante à vaga: menos de 50 anos.
Além do jurista baiano, também existe a possibilidade de que Cristiano Zanin, advogado de Lula e o responsável por defender o presidente em vários processos recentes, como o da Lava Jato, seja indicado.
No entanto, mesmo com esse desejo, existe a possibilidade de que o nome do defensor seja deixado de lado, pelo menos por agora, pois, no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, interlocutores de Lula o alertam sobre o “custo político” de uma indicação de Zanin para a primeira vaga.
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