O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Portugal, em sua primeira viagem para a Europa desde que ele assumiu seu terceiro mandato como chefe do Executivo. Por lá, o petista foi questionado sobre os problemas internos do país, sobretudo os relacionados ao 08 de janeiro, data em que apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante entrevista coletiva, Lula, depois de ter se reunido com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi perguntado sobre a demissão do general Gonçalves Dias do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e sobre a possibilidade de instalação da CPI mista dos Atos Golpistas. Na ocasião, ele tentou evitar comentar sobre ambos os casos, explicando que esses questionamentos poderiam ser feitos quando ele retornar ao Brasil.
“Essas perguntas sobre o Brasil seria tão bom que fossem feitas para mim quando eu voltasse ao Brasil, porque fazer uma viagem a Portugal, fazer acordos com Portugal, discutir assuntos de interesse do mundo, e não só dos nossos países, e, depois, eu ficar respondendo perguntas sobre problemas internos do Brasil, não é muito justo para quem vai nos ouvir”, disse Lula.
Na ocasião, sobre a crise no GSI, Lula foi breve e disse que vai tomar providências sobre o tema no retorno ao Brasil. Assim como publicado, Gonçalves Dias foi flagrado nas dependências do Palácio do Planalto no dia dos atos de 08 de janeiro. As imagens só vieram à tona nesta semana após o canal “CNN Brasil” publicá-las. A divulgação dos vídeos culminou no pedido de demissão do general.
Já com relação à CPI mista dos Atos Golpistas, que foi proposta pela oposição e que ser criada na próxima semana no Congresso com a leitura do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, Lula disse que a comissão é uma questão do Legislativo e que o presidente da República “não vota” no Senado e na Câmara. “CPI é por conta do Congresso Nacional, ele decide a hora que ele quiser decidir, faça a hora que quiser fazer”, afirmou o petista, que no começo do mandato, Lula disse que era contrário à instalação de uma CPI para apurar os atos golpistas de 08 de janeiro, pois dizia acreditar que o Executivo tem os instrumentos necessários para conduzir as investigações, sem necessidade de participação do Legislativo.
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