O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou nesta quinta-feira (17) que espera somente um fato para sacramentar sua candidatura à presidência da república: a confirmação sobre a formação de federações partidárias envolvendo o Partido dos Trabalhadores e outras legendas.
Segundo o ex-chefe do Executivo, ele ainda não decidiu se realmente irá participar das eleições, pois aguarda essa pendência ser resolvida. Conforme Lula, a confirmação deve ocorrer até a metade do mês de março. “Eu não decidi se vou ser candidato ainda porque vou esperar quem sabe no meio de março, ver sair as federações para decidir”, afirmou o ex-presidente durante uma entrevista à rádio “Progresso”.
De acordo com as informações, essa hesitação de Lula em confirmar de fato que disputará as eleições deste ano acontece porque ele quer aguardar as negociações do PT com outras legendas para que, depois disso, ele possa confirmar sua candidatura e ter espaço aberto para incorporar os aliados em seu grupo de campanha.
Hoje, o Partido dos Trabalhadores estuda formar uma federação com o PSB, o PCdoB e o PV. Esses dois últimos estão praticamente acertados. Sendo assim, só falta acertar com o PSB, que tem uma negociação mais delicada por conta das candidaturas estaduais, sobretudo do governo de São Paulo.
A parceria com o PSB, apesar de mais complicada, é de suma importância, visto que é lá que Geraldo Alckmin (sem partido), iminente candidato a vice de Lula, deverá se filiar. Durante a entrevista, inclusive, o petista comentou sobre o ex-governador paulista.
Na ocasião, Lula foi questionado sobre as críticas que rondam em torno do nome de Alckmin, considerado um político mais de centro-direita. Segundo Lula, a insistência no nome do governador, apesar de ele ter uma visão política diferente, acontece justamente para que os brasileiros vejam que o ex-presidente não é um candidato do PT, mas sim um nome que visa a “recuperação do país”.
“Eu estou fazendo um esforço para mostrar que não sou um candidato do PT. Eu quero ser candidato de um movimento pela recuperação do país. Estou discutindo uma aliança política que possa mostrar que mais importante que ganhar, é governar”, afirmou.
“Não vai ser eu sozinho que vou consertar o país. Vou precisar do povo, de gente que gosta de mim e de quem não gosta de mim”, disse Lula, que desde meados do ano passado, apesar de não ter confirmado sua candidatura, vem liderando as pesquisas eleitorais.
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