Nesta sexta-feira (12), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisará encarar as consequências relacionadas as mentiras que foram contadas por ele durante o período em que esteve à frente do Poder Executivo. A declaração de Lula foi dada durante lançamento do programa Escola em Tempo Integral na capital de Fortaleza, Ceará.
“Agora, ele (Bolsonaro) está dentro de casa com rabinho preso. Está prestando depoimento (à PF). Ele vai saber o quanto foi ruim para ele mentira durante o processo do governo. Até o cartão de vacina ele falsificou.”, disse Lula. “Imagina que qualidade de presidente da República, com pandemia matando 700 mil pessoas e ele falsificou seu cartão de vacina, não é possível”, argumentou o presidente.
“Que Deus queira que nunca mais esse país tenha alguém tão antidemocrático. Um cara que tem nas costas a responsabilidade da morte de 300 mil pessoas nesse país, que poderiam ter sido salvas se ele trabalhasse direito”, disse Lula. “Vivia dizendo que era um governo honesto, que combatia a corrupção. Nós vamos ver o que era corrupção agora com a turma dele”, completou. O presidente também disse que a antiga gestão destruiu “muitas coisas”. “Nos últimos quatro anos, parece que uma praga de gafanhotos passou por esse país e conseguiu destruir muitas coisas que estavam construídas”, disse.
Lula também comentou sobre apoio no Congresso
O presidente também comentou sobre sua base no Congresso Nacional. Segundo ele, é necessário conversar constantemente com o Congresso para a aprovação de todos os projetos. A afirmação do presidente vem após derrota em votação na Câmara na semana passada. “O deputado pode pensar diferente, pode fazer uma emenda, querer mudar um artigo e nós temos que entender que isso faz parte do jogo democrático”, apontou Lula.
Na semana passada, a Câmara votou em favor de derrubar as alterações realizadas pelo governo no decreto do saneamento. Com isso, o Executivo vem se movimentando para não sofrer a mesma derrota no Senado Federal. Segundo Lula, “do jeito que está na Constituição brasileira”, é o governo quem precisa do Congresso. “Por isso que a relação tem que ser civilizada, por isso temos que conversar”, apontou.
Segundo o presidente, o governo possui 513 deputados e 81 senadores em sua base no Congresso. “Eles serão testados em cada votação, cada votação você tem que conversar com todos os deputados, nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer”, disse. “Não tenho que perguntar de que partido ele é, tenho que tentar pedir para ele votar em nós” completou o presidente, argumentando que a negociação deverá ser realizada a cada pauta lançada no Congresso.
Além disso, Lula destacou que é de fundamental importância a conversa com prefeitos e governadores, dando como exemplo o chefe do Executivo estadual do Ceará, Elmano de Freitas (PT). “Elmano vai ser a primeira experiência do PT no Ceará a governar como presidente do PT. Ele não esteve comigo, mas você vai perceber que o governo federal não faltará ao povo do Ceará. Pode ficar certo que você será tratado da mesma forma que tratei Ciro Gomes quando fui presidente, porque não olho a cara do governo, não olho partido, olho a necessidade do povo”, disse o chefe do Executivo Federal.