O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve desembarcar no continente africano em maio deste ano. De acordo com informações reveladas nesta quinta-feira (23) pela jornalista Julia Duailibe, do canal “Globo News”, o petista deve visitar dois países, sendo eles: Angola e Senegal.
De acordo com a comunicadora, que informa que o “tour” deve acontecer após Lula passar por Portugal, no final de abril, essa viagem tem como objetivo reaproximar o Brasil do continente africano. Em seus oito anos à frente do país, Lula teve como uma das prioridades de sua política externa a aproximação com o “Sul Global”.
Segundo Amâncio Jorge de Oliveira, professor titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP), em entrevista ao canal “Globo News”, viagens como essa são “parte importante do relacionamento bilateral”.
Conforme ele, Lula deve aprofundar as relações com o continente em diferentes frentes. “Não há novidades neste movimento, observando os governos anteriores de Lula. Ele está basicamente retomando sua política externa. E isso não deve ocorrer só do ponto de vista das visitas ao continente, mas também com relações comerciais”, relata.
Ao longo de seu governo, Lula fez dos países africanos destinos recorrentes. Prova disso é que, ao todo, o chefe do Executivo, de 2003 a 2010, realizou 33 viagens às nações do continente, inaugurando 18 novas embaixadas na região.
Ainda durante este tempo, o comércio bilateral entre o Brasil e a África, de acordo com o Centro Internacional de Comércio (ITC, na sigla em inglês), saltou de US$ 5 bilhões a US$ 20 bilhões e as exportações brasileiras para o continente passaram de US$ 2,9 bilhões para US$ 9,2 bilhões; as importações, de US$ 3,2 bilhões para US$ 11,2 bilhões.
Essa política de aproximação “Sul-Sul” diminuiu durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que durante quatro anos, sequer visitou a região. “Houve um distanciamento [em relação à África] tanto com [Michel] Temer quanto com Bolsonaro, por questões distintas. Temer operou uma crise doméstica, sem muito espaço para pensar a política internacional. Já com Bolsonaro havia uma questão ideológica”, afirmou Amâncio Jorge de Oliveira.
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