Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, afirmou neste sábado (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, no próximo mês, a criação de um “plano emergencial” para a reforma agrária. Essa declaração de Paulo Teixeira aconteceu no momento em que ele participava de um evento organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo, capital.
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No ano passado, durante a campanha eleitoral, Lula prometeu que, caso vencesse o até então presidente Jair Bolsonaro (PL) e se tornasse chefe do Executivo, o que aconteceu, ele iria determinar medidas para reforma agrária. Neste sábado, Paulo Teixeira disse que, após o diálogo com o MST, agora, o próximo passo “será a presença na feira da reforma agrária, no mês de maio”.
“E o presidente Lula deve anunciar o lançamento de um plano emergencial de reforma agrária no Brasil”, afirmou Paulo Teixeira neste sábado. Essa declaração do ministro do Desenvolvimento Agrário aconteceu três dias após a Câmara dos Deputados ter criado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como objetivo investigar invasões de terras deflagradas pelo MST neste ano.
Desde a criação do requerimento da CPI, Paulo Teixeira tem contestado a ideia, dizendo que essa comissão não tem o que investigar. Isso porque, de acordo com ele, não existe, atualmente, terras invadidas pelo MST. Nesse sentido, o ministro diz que a criação da CPI visa somente “alimentar luta”, uma vez que as ocupações tiveram “caráter de protesto”.
“A CPI vai investigar o quê? Vai investigar ocupações que não existem mais, famílias que já não estão naquelas terras?”, questionou recentemente o ministro. “Eu não vejo razão senão alimentar luta política, ideológica e que não serve a ninguém, não move o país e não resulta em algo positivo para o país. Eu acho que o Congresso Nacional tem matérias mais importantes para se debruçar”, completou ele.
Neste sábado, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, disse ser “legítimo” o sonho à terra e que é função do Estado garantir a reforma agrária. No entanto, ele salientou que, na sua visão, “não é concebível” invasão de área produtiva e que “não tem diálogo” com invasores.
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