Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, desembarcou no final da noite desta segunda-feira (03) em Puerto Iguazú, na Argentina, onde participará da reunião de chefes de Estado do Mercosul. Os presidentes dos países que fazem parte do bloco se reúnem na manhã desta terça-feira (04), sendo que, ao final do encontro, Lula assumirá o comando do Mercosul pelos próximos seis meses.
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Hoje, quem lidera o bloco é a Argentina – o governo do país em questão escolheu realizar a reunião em um hotel em Puerto Iguazú, cidade localizada na região de fronteira com Brasil (Foz do Iguaçu) e Paraguai (Cidade do Leste). A expectativa do governo argentino é que a reunião conte com a presença de presidentes de quatro países titulares do bloco, sendo que ainda existe a expectativa da participação também do presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, que tomará posse em agosto.
Conforme as informações, na reunião, Alberto Fernández, presidente da Argentina que hoje lidera o bloco, fará um balanço das ações dos últimos seis meses, no qual deve destacar a importância do avanço das negociações para implementar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Esse acordo vem sendo costurado desde 1999 – a aliança teve a parte comercial finalizada em 2019 e está em fase de revisão, visto que necessita do aval dos países signatários para entrar em vigor. Em janeiro, o bloco europeu apresentou um documento adicional ao Mercosul que prevê sanções em questões ambientais.
Recentemente, Lula esteve na França e, na ocasião, classificou a cláusula adicional como sendo uma “ameaça”. “Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”, afirmou petista na ocasião.
Segundo as informações, existe a expectativa é de que o Mercosul responda nos próximos meses, durante a presidência rotativa do Brasil, as questões levantadas pela União Europeia. Nesse sentido, o Ministério das Relações Exteriores já adiantou que Lula pretende propor aos demais países do Mercosul que sejam feitos “ajustes” no texto do acordo comercial que hoje está em revisão.
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