O presidente Lula demitiu neste sábado, 21, o agora ex-comandante do Exército, o general Júlio César de Arruda. Em seu lugar, entrará o atual comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Ontem, 20, Júlio César de Arruda participou de uma reunião, no Palácio do Planalto, que reuniu o presidente e o chefe das Forças Armadas, que também incluem a Marinha e a Aeronáutica.
A troca do comando acontece em um momento complicado na política. Isso porque, nesta semana, Lula defendeu punição aos militares pelos atos do dia 8 de janeiro. Com as declarações, a ala militar ficou insatisfeita com o pensamento do presidente eleito.
Atos em Brasília ainda reverberam na política
Em entrevista especial concedida à jornalista Natuza Nery, o presidente Lula defendeu a punição dos militares pelo ato que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo ele, a punição seria apenas para aqueles que participaram do movimento e que não é correto politizar as forças armadas. A fala foi uma menção clara ao último presidente, Jair Bolsonaro, que recorrentemente usou militares em seu governo para justificar medidas tomadas pelo Executivo.
Além disso, apoiadores do ex-presidente defenderam, de forma recorrente, uma intervenção militar no Brasil. Dessa forma, especialistas dizem que o papel dos militares foi retirado de contexto, o que politizou a categoria. Com isso, Lula afirmou que, em seu governo, “todos que participaram do ato golpista serão punidos. Todos. Não importa a patente, não importa a força que ele participe”.
O presidente disse que a punição não se estende à categoria, mas apenas àqueles que deram apoio aos movimentos que aconteceram em Brasília. Para Lula, esses militares deveriam “responder perante a lei“. Além disso, Lula disse que os militares não podem ter partido, já que são defensores do Estado brasileiro.
Quem é o novo nomeado por Lula?
O nome de Tomás Miguel Ribeiro Paiva foi o escolhido por Lula para chefiar o Exército durante seu mandato. O militar tem 39 anos e liderava o Comando Militar do Sudeste. Além disso, no currículo o militar carrega uma extensa gama de conquistas pelo exército brasileiro. Além disso, conquistou a patente de general em 31 de julho de 2019.
Tomás vem para substituir Júlio Cesar de Arruda, que entrou no cargo no último dia 30 de dezembro, sendo esta nomeação um acordo entre as equipes de transição. O novo nomeado, Tomás Miguel Ribeiro Paiva serviu o Exército em missões no Haiti e também participou do processo de pacificação, em 2012, nas comunidades da Penha e do Alemão.
Em seu currículo, constam outras façanhas. Isso porque o nomeado por Lula também comandou o Batalhão da Guarda Presidencial em Brasília. Além disso, chefiou a Academia Militar das Agulhas Negras e a Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Ele também serviu como assessor militar do Brasil junto ao exército do Equador e serviu em quartéis do Rio Grande do Sul, do Paraná e do Rio de Janeiro.
Sobre os movimentos do dia 8 de janeiro, Tomás afirmou que é preciso respeitar o resultado das urnas e preservar a democracia.