Para o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é preciso fazer “uma campanha ferrenha” com o objetivo de “derrotar a bancada do orçamento secreto”, um instrumento que aumenta o poder dos congressistas sobre o Orçamento federal.
Hoje, segundo uma matéria publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, esse orçamento secreto tem sido utilizado para barganhar apoio ao governo de Jair Bolsonaro (PL) – integrantes do PT também foram beneficiados pela prática.
No sábado (04), durante um evento organizado por defensores do meio ambiente, em São Paulo, Lula, que estava junto de parlamentares e de seu vice, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), disse que para instaurar qualquer mudança na área é preciso renovar o Congresso.
Para ele, é preciso eleger “gente civilizada”. “Nós precisamos eleger a maioria de deputados, porque, se a gente não derrotar a bancada do orçamento secreto, qualquer presidente vai ter dificuldades… Eu ainda vou ter sorte que vou ter o Alckmin para brigar com eles lá, para negociar com eles. Ou seja, tem experiência aqui em São Paulo. Mas, sabe, né?”, começou o ex-chefe do Executivo.
“É impossível imaginar que a gente vai fazer as mudanças que a gente precisa fazer se não elegermos um presidente e, junto desse presidente, senadores de melhor qualidade e deputados de melhor qualidade”, afirmou o petista durante o evento.
Apesar da preocupação de Lula, importante lembrar que as gestões do PT foram protagonizadas por escândalos de corrupção no Congresso. Durante o governo Lula, por exemplo, aconteceu o mensalão, isto é, a compra de apoio parlamentar. Já na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) vieram à tona os desvios na Petrobras, que deram origem a Operação Lava Jato, que levou à prisão de inúmeros políticos, incluindo o ex-presidente Lula.
Lula e o orçamento secreto
Essa não foi a primeira vez que Lula fala sobre o orçamento secreto. Recentemente, em um evento no Rio Grande do Sul, ele classificou como “podridão” o mecanismo que vem garantindo ao presidente Jair Bolsonaro sua estabilidade e apoio eleitoral.
“O Congresso Nacional não tem que ter orçamento próprio, do relator. Quem tem que cuidar do orçamento é o Poder Executivo deste País”, afirmou Lula durante um encontro com representantes do setor cultural, em Porto Alegre, capital do estado.
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