Neste sábado (8), em uma reunião técnico-científica da Amazônia na Colômbia, o presidente Lula fez uma declaração enfática. Sem citar a União Europeia (UE) diretamente, ele criticou a utilização da transição ecológica como um pretexto para a implementação de novas medidas protecionistas.
Conforme o presidente, a transição justa para um modelo ecológico requer disponibilizar recursos adequados e a transferência de tecnologia, e não deve fundamentar-se na exploração predatória dos recursos naturais.
Em seguida, Lula abordou o acordo comercial atualmente em suspensão entre o Mercosul e a UE. Ele apontou que as exigências adicionais do bloco europeu aos países sul-americanos em relação às questões ambientais dificultam o progresso das negociações. O presidente argumentou que essas medidas não deveriam servir de fachada para uma forma de neocolonialismo.
Lula confronta UE sobre ‘Protecionismo Verde’
Lula discutiu as recentes legislações adotadas pela União Europeia. Ele mencionou que estas são focadas no desenvolvimento sustentável e limitam o comércio de produtos que violam normas ambientais.
Entretanto, ele também observou que tais determinações estão sendo interpretadas por muitos como uma forma de “protecionismo verde” por parte da UE. O presidente concluiu o discurso reforçando que “a descarbonização não deve aprofundar as desigualdades entre os países”, reforçando seu posicionamento de equilíbrio entre preservação ambiental e justiça social.
Fim do desmatamento Ilegal até 2030 e equilíbrio socioeconômico
O presidente Lula, avançou em seu discurso com uma promessa ousada: O governo brasileiro aspira eliminar o desmatamento ilegal até 2030. “Esse é um compromisso que os países amazônicos podem assumir juntos na Cúpula de Belém”, afirmou o presidente, referindo-se a um esforço colaborativo para a proteção ambiental.
Esse compromisso vem no rastro de dados encorajadores do Deter, o sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o Inpe, nos primeiros seis meses de 2023, a área na Amazônia sob alerta de desmatamento diminuiu 33,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esses números indicam progressos significativos na batalha contra o desmatamento na região.
Entretanto, Lula destacou a importância de equilibrar a preservação ambiental com o progresso econômico. Ele argumentou que a floresta tropical não deve ser percebida apenas como um santuário ecológico, mas também como um espaço de vida e trabalho para seus habitantes.
Então, o presidente em meio ao seu discurso disse: “O mundo precisa se preocupar com o direito a viver bem dos habitantes da Amazônia”. Ele lembrou que o desenvolvimento sustentável é composto por três dimensões inseparáveis: econômica, social e ambiental, e todas devem ser consideradas para alcançar um futuro próspero e sustentável.
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Expectativas para COP 30 no Pará
Em uma entrevista realizada neste sábado (8), o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), destacou que a realização da COP 30 no estado posiciona o Brasil como líder na agenda ambiental internacional. “Com a COP 30, o Brasil se insere efetivamente como líder da agenda diplomática ambiental. E o estado do Pará, sede, se prepara para apresentar, lá em 2025, resultados efetivos”, afirmou Barbalho.
Barbalho também aproveitou a ocasião para mencionar as expectativas futuras para o combate ao desmatamento na Amazônia. Ele expressou otimismo em relação aos esforços de preservação e indicou que está aguardando resultados concretos nos próximos anos.
Além disso, o governador comemorou dados recentes que sugerem progressos significativos na implementação da agenda de proteção ambiental. Este otimismo reitera o compromisso de Barbalho e de seu governo com a sustentabilidade e o desenvolvimento ecológico.
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