Em ato de campanha presidencial hoje de manhã em Campinas, no interior de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, criticou a intolerância religiosa e o uso indevido da máquina pública do presidente Jair Bolsonaro, do PL, no segundo turno da corrida às eleições presidenciais.
Além disso, o petista ainda citou a polêmica declaração de Bolsonaro, que afirmou que “comeria carne humana” ao se referir à cultura de povos indígenas em entrevista de 2016 ao The New York Times, que viralizou nesta semana.
Lula e sua passagem por Campinas
O evento do ex-presidente Lula em Campinas foi o primeiro grande evento no interior paulista após as eleições do primeiro turno. Lula tentou reverter a derrota no estado que esperava ganhar no estado, mas sofreu um revés fora da capital.
O cortejo durou cerca de uma hora em um trajeto de pouco menos de 2 quilômetros. Para surpresa da própria campanha, esta foi a maior caminhada do petista no estado até então. Nos últimos dois dias, fez eventos semelhantes em São Bernardo do Campo e Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Nós estamos fazendo uma campanha numa certa anomalia, porque nós temos um cidadão que está exercendo a presidência que está utilizando a máquina do governo para fazer campanha. Ele está agindo como se o Brasil fosse coisa particular dele, em que ele faz do jeito que ele quer na medida em que ele tenta ganhar voto”, disse o candidato à presidência.
Lula também criticou a postura de Bolsonaro em relação às religiões. “A intolerância religiosa virou política de Estado no Brasil. E isso tem repercussões na violência.” Em tom otimista, falou sobre apoio de outras correntes políticas em defesa da democracia e comentou o “nervosismo” de Bolsonaro em declarações recentes.
“O caminho da volta à democracia é a nossa vitória nas eleições. Todos que brigaram pela democracia estão do meu lado. E aqueles que são favoráveis à ditadura e à tortura estão com o meu adversário. Estou muito tranquilo. Essa é a tranquilidade de quem sabe que vai ganhar as eleições. O meu adversário está esbravejando”.
O apoio ao candidato Haddad
Uma conversa dinâmica no interior de São Paulo serviu também para o candidato Lula convencer a população de São Paulo a votar no seu candidato a governador do estado, Fernando Haddad.
O petista ficou atrás do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) no primeiro turno, com 42,3% dos votos contra 35,7%.
A campanha de Haddad, que priorizou a polarização entre Lula e Bolsonaro e direcionou ataques ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), lamentou um possível erro de estratégia. A tese era de que seria melhor pegar mais leve com o tucano, mirando um eventual apoio no segundo turno. Na terça-feira, Rodrigo Garcia declarou “apoio incondicional” a Bolsonaro e Tarcísio.