Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, marcou presença nesta sexta-feira (30) na cerimônia de entrega de 446 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, em Viamão, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, Lula criticou seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas evitou comentar sobre a condenação do ex-chefe do Executivo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que agora ficará impedido de participar das eleições até 2030.
“Eu viajo muito, em todo estado que eu chego, faço a pergunta: ‘alguém me diga uma obra pública feita pelo governo anterior'”, começou Lula. “Na verdade, não existe”, completou o petista. Em outro momento, o chefe do Executivo afirmou que não sabe o que fora feito nos últimos quatro anos a “não ser mentira”.
“Por Deus do céu, eu não sei o que foi feito durante quatro anos a não ser mentira, destilação de ódio, provocação de mentira, ofensas a todo mundo. Esse país não é assim. O povo brasileiro não é assim”, disse Lula, completando que “o povo brasileiro é muito fraterno, muito carinhoso, muito bondoso. A gente não quer brigar”.
“Nós precisamos tentar tirar o ódio de dentro das pessoas”, emendou Lula, que ainda escutou a plateia gritar “inelegível” em referência a Bolsonaro, mas nada disse sobre a decisão que sacramentou o impedimento do ex-presidente de tentar voltar ao poder em 2026.
Bolsonaro condenado
Assim como publicou o Brasil123, Bolsonaro foi condenado no julgamento que começou em 22 de junho e terminou nesta sexta, após quatro sessões. Apesar de a defesa poder entrar com recursos tanto no TSE quanto no Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão da Justiça Eleitoral já está valendo.
O ex-presidente foi condenado por conta de uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, convocado por ele mesmo. Na ocasião, o até então presidente atacou, sem nenhuma prova, o sistema eleitoral brasileiro. Não suficiente, o encontro, além de ter sido transmitido nas redes sociais de Bolsonaro, também foi veiculado na TV oficial do governo. Veja como votaram os ministros do TSE:
- Benedito Gonçalves, relator: pela condenação
- Raul Araújo: pela absolvição
- Floriano de Azevedo Marques: pela condenação
- André Ramos Tavares: pela condenação
- Cármen Lúcia: pela condenação
- Nunes Marques: pela absolvição
- Alexandre de Moraes: pela condenação
O julgamento também tinha como alvo o general Walter Braga Netto (PL). No entanto, ele, que foi vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, acabou sendo absolvido por todos os ministros, continuando, deste modo, com seus direitos políticos intactos.
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