O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quarta-feira (05) em conversa com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que vai participar da cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia. O evento está marcado para acontecer nos próximos dias 17 e 18 deste mês na cidade de Bruxelas, na Bélgica.
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A informação foi revelada pelo Palácio do Planalto que, em nota, informou que Lula conversou por telefone com o premiê que preside o governo espanhol. Este foi o primeiro contato desde que Lula assumiu o comando rotativo do Mercosul – Pedro Sánchez também assumiu o comando rotativo do Conselho da União Europeia recentemente.
Desta forma, os dois irão discutir sobre as negociações que visam destravar o acordo comercial entre o Mercosul e o bloco europeu. Esse acordo vem sendo costurado desde 1999 – a aliança teve a parte comercial finalizada em 2019 e está em fase de revisão, visto que necessita do aval dos países signatários para entrar em vigor.
Em janeiro, o bloco europeu apresentou um documento adicional ao Mercosul que prevê sanções em questões ambientais. Na terça-feira, ao assumiu o comando do Mercosul, Lula disse que o bloco não quer firmar acordos onde se “condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo” o bloco sul-americano.
Todavia, ele ressaltou que o bloco está “comprometido” em concluir as negociações com a União Europeia. “Estou comprometido com a conclusão do acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização”, afirmou ele.
À frente do Mercosul, Lula também tem o objetivo de retomar o “protagonismo” do Brasil com a América do Sul, e também a implementação de uma moeda comum para transações entre os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Assim como já publicou o Brasil123, Lula defende que a moeda comum facilitaria as transações e reduziria o custo.
“A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência”, afirmou Lula na terça. Na ocasião, ele ainda completou que a moeda seria usada apenas para o comércio regional, ou seja, “não eliminaria as respectivas moedas nacionais”.
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