O presidente Lula confirmou que, na volta de sua viagem à China, irá aos Emirados Árabes Unidos para mais um encontro oficial. Na última quinta-feira, 16, o governo local teria convidado o presidente brasileiro para uma visita oficial. A informação foi apurada pelo portal Poder360. Além disso, a visita acontecerá no dia 31 de março, mas ainda não há um roteiro oficial do encontro.
A viagem à China vem tomando grande parte do planejamento do atual governo. Isso porque o governo deve levar mais de 200 pessoas ao país asiático. Contudo, o mesmo não deve acontecer nos Emirados Árabes, que deve ter a presença de Lula e uma pequena comitiva.
Viagem é estratégia para Lula
A viagem, apesar de marcada em última hora, é de grande importância para as relações internacionais do Brasil. Isso porque, além de ser um grande produtor de petróleo, os Emirados Árabes Unidos fazem parte do grupo dos BRICS, com uma recente adesão. A ideia do bloco é ser uma alternativa aos grandes órgãos multilaterais do mundo, como o FMI e o Banco Mundial.
Com a visita, Lula pode fechar projetos de infraestrutura no Brasil, além de investimentos árabes na economia brasileira, em especial energia. Por outro lado, o governo também afirma que a parada de Lula nos Emirados Árabes faz parte do planejamento da viagem, já que o presidente precisaria abastecer o avião de qualquer jeito.
Vale lembrar que Lula embarca para a China no próximo dia 25 e deve ficar no país até o dia 31, dia em que chegará aos Emirados Árabes. O presidente brasileiro encontrará Xi Jinping, presidente chinês, no dia 28 de março, segundo a agenda oficial.
A participação do país árabe no noticiário brasileiro também não é estranha. Isso porque o Senado investiga se a compra de uma refinaria, por um fundo dos Emirados Árabes, teria relação com o caso das joias de Bolsonaro. Em seu governo, Jair Bolsonaro concedeu o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao sheik Mansour bin Zayed Al–Nahyan, da família real de Abu Dhabi, onde irá Lula.
Na volta, os Emirados Árabes
A comitiva presidencial trata a visita de Lula à China como a principal viagem do ano. Dessa forma, a visita aos Emirados Árabes será apenas uma parada ocasional. Atualmente, o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil e pode ser uma fonte extra de investimentos por aqui. Por outro lado, os árabes não possuem tanta influência no Brasil.
Segundo os bastidores de Brasília, a viagem à China deve chamar a atenção do mundo. Isso porque a ideia de Lula é oferecer ao país asiático a planta da antiga fábrica da Ford, na Bahia. A empresa americana deixou o local, que pode servir de montadora para uma empresa chinesa. Uma possível compra marcaria uma maior influência política e econômica dos chineses no Brasil e na América Latina, algo que é bastante desejado por Xi Jinping, presidente reeleito do país. Além disso, seria a compra de parte de uma montadora americana pelos chineses.
Ainda, investimentos em energia verde devem pautar o encontro. Isso porque o Brasil tem um enorme potencial em gerar energia limpa, ao passo que, nos últimos anos, a China vem comprando empresas brasileiras no setor. Lula quer buscar parcerias para desenvolver novas fontes energéticas no país.