O mandato de Lula mal completou 6 meses, mas o petista já coleciona alguns pedidos de impeachment. Da mesma forma que aconteceu com Bolsonaro, os pedidos são segurados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Na atual gestão, ele ainda não se manifestou sobre o assunto. Contudo, o caso do atual presidente é ainda mais dramático.
Isso porque os pedidos contam com a assinatura de políticos que são vinculados a partidos que fazem parte da base do governo. Lula, que aumentou o número de ministérios e distribuiu para diversos partidos, não tem um amplo apoio no Legislativo.
Lula já coleciona pedidos de impeachment
Na última terça-feira, a oposição apresentou um pedido na Câmara dos Deputados para o desligamento de Lula de suas atuais funções. O projeto foi apresentado pelo deputado Sanderson (PL-RS) e contou com a assinatura de mais 47 deputados. O partido do deputado é o mesmo do ex-presidente, Jair Bolsonaro.
Além disso, no dia em que a Polícia Federal foi à casa do ex-presidente fazer buscas e apreensões, Sanderson disse que foi uma operação “cinematográfica“, criticando a operação. Em relação ao atual governo, ele é crítico de Lula e o pedido de impeachment surgiu da agenda do petista.
Isso porque o pedido leva em consideração a visita de Nicolas Maduro, presidente da Venezuela. No texto, na visita, o presidente “violou o princípio” de repudiar “o terrorismo e o racismo”. Além disso, o texto diz que o presdente “atentou contra a segurança interna do país”, já que permitiu que o presidente venezuelano entrasse no país com os sistemas de rastreamento de aeronaves desligado. Além disso, o processo cita a indicação de Zanin, advogado do presidente, ao STF.
Dos 47 deputados que assinaram o pedido, a maioria é do PL, partido de Sanderson e oposição a Lula. Por outro lado, 4 deputados estão vinculados a partidos da base do governo.
Deputados da base assinaram o pedido
O novo pedido de impeachment de Lula conta com 4 assinaturas polêmicas. Isso porque há nomes de 4 deputados que estão vinculados a partidos que fazem parte do ministério de Lula. Dessa forma, um entrave político poderia acontecer, em decorrência dessas assinaturas. De fato, nada impede que Lula se desvincule desses partidos por conta disso,
Contudo, especialistas dizem que o pedido não tem força para prosperar. Até agora, Lula conta com 6 pedidos de desligamento. Porém, para tramitar o projeto, o principal componente é a vontade política, o que não parece ser o atual cenário. Os políticos que assinaram são Sargento Fahur (PSD-PR), Delegado Palumbo (MDB-SP), Thiago Flores (MDB-RO) e Rodrigo Valadares (União-SE). O PSD chefia a pasta da Agricultura, Pesca e Minas e Energia; o MDB, Planejamento, Cidades e Transportes; e o União Brasil, Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, Arthur Lira, responsável por fazer os processos de impeachment andarem, refutou mais de 150 pedidos dessa ordem. Agora, analistas acreditam que fará o mesmo com Lula.