O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por assuntos relacionados à pandemia da Covid-19. Desta vez, o petista teceu críticas porque o chefe do Executivo não tem tomado medidas de prevenção contra a nova cepa do vírus, a ômicron, descoberta na África do Sul.
Em sua rede social, Lula acusou Bolsonaro de omissão, pois o presidente não quer exigir a vacinação e testes de turistas estrangeiros. Essa preocupação acontece porque, de acordo com as informações, a nova variante tem oito vezes mais mutações que demais variantes.
“Bolsonaro segue sendo o maior aliado do coronavírus. No começo da pandemia impediu o governo do Ceará de fechar fronteiras para se proteger da chegada da doença. Agora não quer exigir vacinação e testes de turistas estrangeiros, como o mundo inteiro tem feito”, afirmou o ex-presidente.
Alerta da OMS
Na sexta-feira (26), a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um comunicado que a nova cepa do SARS-CoV-2, a ômicron, é uma variante de preocupação (VOCs), a quinta que foi classificada desta forma.
Todavia, apesar de não ser a única com essa classificação, o fato de a nova variante ter oito vezes mais mutações do que as outras no grupo das VOCs preocupou os cientistas, que detectaram que essas variantes são mais rápidas do que as anteriores no quesito surtos de infecção.
O que pensa Bolsonaro
Também na sexta, Bolsonaro comentou sobre a nova variante, ressaltando que o Brasil não aguentaria um novo lockdown. “Tudo pode acontecer. Uma nova variante, um novo vírus. Temos que nos preparar. O Brasil, o mundo, não aguenta um novo lockdown. Vai condenar todo mundo à miséria e a miséria leva à morte também. Não adianta se apavorar”, começou o presidente.
Para ele, deve-se encarar a realidade. “O lockdown não foi uma medida apropriada. Em consequência da política do ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’, a gente está vendo agora. Problemas estamos tendo. Bolsonaro, ao comentar descoberta de nova cepa”, disse o presidente, que afirmou que não “tomará nenhuma medida irracional” quanto a uma possível fechada das fronteiras do Brasil.
“Eu vou tomar medidas racionais. Carnaval, por exemplo, eu não vou para o carnaval. A decisão cabe a governadores e prefeitos […] Eu fiz a minha parte no ano passado e continuo fazendo. Recursos, material, pessoal, questões emergenciais, como oxigênio lá em Manaus”, afirmou.
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