Aconteceu nesta segunda-feira (12), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o rito de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, além de chorar ao discursar, o petista disse que irá “recuperar a democracia” no Brasil. “Quero dizer que muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia. Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada”, afirmou o presidente eleito.
Durante seu discurso, ao criticar o atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que se notabilizou por ataques aos outros poderes e ao sistema eleitoral brasileiro, Lula afirmou que a democracia precisa ser “semeada, cultivada e defendida daqueles que tentam, a qualquer custo, sujeitá-la a seus interesses financeiros e ambições de poder”.
Na ocasião, o presidente eleito, novamente ao criticar a atual gestão, afirmou que o Brasil passou por um “desmonte” das políticas públicas, identificado devido ao trabalho da equipe que cuida da transição entre os governos. “Tomamos conhecimento do deliberado processo de desmonte das políticas públicas e dos instrumentos de desenvolvimento, levado a cabo por um governo de destruição nacional”, disse Lula.
“Soma-se a este legado perverso, que recai principalmente sobre a população mais necessitada, o ataque sistemático às instituições democráticas”, acrescentou o petista, que ainda elogiou o TSE e também o Supremo Tribunal Federal (STF) durante a diplomação, que sacramenta o fim oficial das eleições brasileiras.
As duas instituições citadas foram, e ainda são, alvos constantes de Bolsonaro e seus apoiadores – alguns desses apoiadores não aceitam o resultado das urnas e, por isso, pedem intervenção limitar, algo que é inconstitucional, por exemplo. “Quero destacar a coragem do STF e do TSE que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular”, disse Lula, que cumprimentou os ministros da corte e agradeceu “firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis”.
“Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo. Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo”, finalizou o presidente eleito que agora precisa somente da cerimônia de posse para, pela terceira vez, ser o chefe do Executivo brasileiro. O ato acontece no próximo dia primeiro de janeiro.
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