O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (10) que irá convidar o presidente chinês, Xi Jinping, para visitar o Brasil. A ideia, segundo o presidente, é mostrar aos representantes chineses projetos que podem contar com investimentos do país asiático. Vale lembrar que o presidente vai à China na terça-feira (11) para tratar da agenda bilateral com o país que é o maior parceiro comercial do Brasil, sendo acompanhado por 40 autoridades, entre ministros, parlamentares e governadores.
Falas de Lula
“Nós vamos consolidar nossa relação com a China. (…) Eu vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral. Para conhecer o Brasil, para mostrar os projetos que nós temos de interesse de investimento dos chineses”, afirmou o presidente. “Então, eu só queria te dizer que a gente não quer que os chineses comprem coisas nossas, o que nós queremos é construir parcerias com os chineses. O que nós queremos é fazer sociedade com os chineses para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem”, concluiu Lula.
Objetivo da viagem à China
Durante a estada no país asiático, Lula e sua comitiva tentarão persuadir os chineses a investir em novos ativos, como projetos de infraestrutura. Além disso, o petista também terá a missão de resgatar as relações entre os países, que ficaram fragilizadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A China é nosso principal parceiro comercial e vamos tentar convencê-los a fazer mais investimentos aqui. Mas também vamos tentar vender mais carne, aviões da Embraer. Quero fazer uma forte política externa porque o Brasil precisa voltar a ter representatividade. Vamos consolidar nossa relação com a China, vamos convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil. Queremos que eles façam investimentos em coisas que não existem, como estradas”, disse o presidente.
Cumpre destacar que, a previsão inicial era que a viagem do presidente à China ocorresse no dia 24 de março. No entanto, Lula adiou a viagem devido a um caso confirmado de pneumonia. Com a saída confirmada, ele ficará apenas quatro dias no país. O retorno da delegação brasileira está marcado para o dia 15 de abril.
Relação Brasil e China
De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), referentes ao ano de 2022, dentre os 27 estados da federação, 14 têm a nação asiática como seu principal destino das exportações. Assim, um possível rompimento com a China, que há mais de uma década o país é o maior parceiro comercial do Brasil, teria forte impacto na economia brasileira.
Vale ressaltar que, segundo o Ministério das Relações Exteriores, as exportações do Brasil para a China totalizaram R$ 89,4 bilhões em 2022, após um aumento de R$ 87,9 bilhões em 2021. Esse total vem crescendo desde 2019, quando as exportações do Brasil para os países asiáticos somaram R$ 63,3 bilhões, ante R$ 69,9 bilhões em 2018. Em suma, o Itamaraty disse que aspira assinar pelo menos 20 acordos com a China, chamando a atenção para o relançamento de um fundo de R$ 20 bilhões criado em 2015, mas parado por problemas burocráticos.