O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disparou nesta terça-feira (13) contra o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL). Deixando de lado o tom pacificador que vinha adotando desde que venceu as eleições no segundo turno da disputa, o petista criticou abertamente seu rival político, chegando a chamá-lo de “figura irracional”.
Equipe de Lula rebate Ministério da Economia e diz que gestão Bolsonaro quebrou sim o Brasil
De acordo com Lula, passado mais de um mês do final das eleições, Bolsonaro ainda não aceitou a derrota nas urnas. “Esse cidadão até agora não reconheceu sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua”, disse em alusão aos protestos feitos por bolsonaristas que pedem intervenção militar por não aceitarem Lula como eleito.
Na sequência, Lula comentou o fato de Bolsonaro, que desde que perdeu as eleições só discursou três vezes, ter recebido apoiadores no Palácio da Alvorada, que será ocupado por Lula a partir de janeiro, visto que este é o local em que vivem os presidentes em exercício.
A visita aconteceu pouco antes de bolsonaristas terem tentado invadir a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília. Na ocasião, carros foram apedrejados e um ônibus acabou sendo incendiado por essas pessoas que protestavam contra a prisão de um indivíduo.
“Ontem recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada, não sei qual foi o estrago feito no Palácio, ele tem que saber que é um patrimônio público, é do povo brasileiro, temos que tratar com carinho”, disse Lula em declaração feita após uma reunião com pessoas que atuam nos trabalhos de transição entre o atual e futuro governo.
Ainda na entrevista, Lula chamou Bolsonaro de “figura irracional, sem coração, sem sentimento, sem capacidade de expressar um gesto de racionalidade” ao comentar sobre a postura do chefe do Executivo durante a pandemia da Covid-19.
“Não chorou uma lágrima pelas quase 700 mil pessoas que morreram de Covid-19”, afirmou Lula, completando que, em sua visão, Bolsonaro tem culpa de “pelo menos metade” das mortes ocorridas por conta do vírus porque teria “desrespeitado” a ciência e a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leia também: Lula chora em diplomação e diz que vai ‘recuperar a democracia’ do Brasil