O presidente Lula vem buscando ampliar a sua base no Congresso para facilitar a aprovação de suas pautas de governo. Para isso, o presidente faz trocas com o chamado “centrão” e inclui até mesmo o PL, partido de Bolsonaro, para formar alianças. Segundo especialistas, esse é um movimento comum na política e acontece em todos os mandatos.
Segundo o presidente em uma reunião nesta quarta-feira, 8, a falta de apoio torna “mais caro” a aprovação de pautas no Legislativo. Lula também afirmou que a base do governo precisa ter mais coragem para ampliar sua influência. O presidente foi aos Estados Unidos ter encontro com Joe Biden, presidente americano.
As pressões de Lula para maior apoio
O presidente Lula vem pressionando seus ministros e sua base governista para conseguir maior apoio político em suas pautas no Legislativo. A medida é importante, em termos de governabilidade, para que o petista consiga cumprir suas promessas ao aprovar leis. Além disso, é importante lembrar as sucessivas pressões que o presidente vem fazendo contra outras instituições.
Segundo especialistas, a distribuição dos ministérios não foi o suficiente para garantir apoio. Vale ressaltar que Lula aumentou o número de ministérios para 37, ante 23 do governo de Jair Bolsonaro. Apesar disso, governo afirma não ter ampliado os gastos com o funcionalismo das pastas.
“Queremos restabelecer a conversa mais civilizada possível com o Congresso Nacional. Tenho certeza que vamos conseguir uma maioria ampla para fazermos as mudanças que precisamos nesse país”, disse Lula em reunião do Conselho Político na última quarta-feira. Além disso, o presidente cobrou agilidade para a expansão do apoio ao governo, demonstrando a pressa para conseguir apoiar seus principais projetos.
Isso porque, para 2023, o Governo Federal deverá enviar dois importantes projetos para votação. O primeiro é o novo arcabouço fiscal, depois de o governo derrubar o teto de gastos. Além desse, o projeto da Reforma Tributária também deve ir ao Plenário para votação.
As pressões do presidente
Os últimos dias foram de intensos conflitos entre Lula e algumas autarquias independentes do Governo Federal. Isso porque Lula levantou o tom sobre a independência do Banco Central, o que fez com que o mercado financeiro aumentasse as expectativas de inflação em todo o país, o que faz aumentar os juros e também as taxas dos empréstimos e financiamentos.
Segundo o presidente, o Banco Central vem errando na condução da política monetária do país ao deixar a Selic em 13,75% ao ano. Especialistas afirmam que as taxas de juros no atual patamar prejudicam a economia, conforme afirma Lula. Dessa forma, o atual patamar afeta a criação de empregos, a abertura de empresas e novos investimentos no país.
Contudo, abaixar a taxa de forma forçada, como quer Lula, pode gerar problemas igualmente graves. Isso porque uma taxa mais baixa, no atual cenário, pode aumentar a inflação, que se reflete nos preços dos alimentos, alugueis, entre outros produtos e serviço, segundo especialistas.
Dessa forma, Lula afirma que a independência do Banco Central é uma “bobagem” e que quer rever a lei que determina a independência. Para isso, um amplo apoio no Legislativo é necessário, o que justifica, em parte, o desejo de maior base de governo.