Na última segunda-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a ampliação do valor mínimo existencial para R$ 600. Anteriormente, o valor em vigor era de R$ 303. Por meio de um decreto emitido em 2022, o montante havia sido fixado em 25% do salário mínimo vigente naquela época. Em abril, o governo já havia anunciado a duplicação desse valor. O decreto com a referida mudança foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (20).
Veja declaração do presidente feita via Twitter:
Assinei hoje a ampliação do valor do Mínimo Existencial para R$ 600, uma medida que aumenta a fatia da renda que não pode ser cobrada no crédito consignado ou bloqueada pelas instituições financeiras em caso de superendividamento. Essa iniciativa faz parte de uma série de esforços do nosso governo para garantirmos crédito e condições de consumo para o povo brasileiro, contribuindo para o aquecimento da economia.
O que é o Mínimo Existencial?
O mínimo existencial nada mais é do que um valor mínimo estabelecido para garantir condições básicas de dignidade a uma pessoa. Assim, se trata de um conceito aplicado em diversos contextos, como direitos sociais, previdência social e assistência social.
Dessa forma, a ampliação do mínimo existencial para R$ 600 significa que o governo está aumentando o valor destinado a garantir uma renda mínima para indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Assim, proporcionando condições básicas para atender suas necessidades essenciais, como alimentação, moradia e saúde.
Essa medida tem como objetivo assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a um patamar mínimo de recursos financeiros para suprir suas necessidades básicas e melhorar sua qualidade de vida.
De acordo com as informações fornecidas pelo governo, a alteração visa possibilitar que aproximadamente 15 milhões de pessoas regularizem suas dívidas, estabelecendo um nível mais elevado de proteção ao consumidor contra possíveis situações de superendividamento. O governo também anunciou que a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, organizará mutirões periodicamente para a renegociação de dívidas.
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Histórico do mínimo existencial
Como citamos acima, o termo “mínimo existencial” geralmente se refere a um valor mínimo estabelecido para garantir condições básicas a uma pessoa. No contexto brasileiro, o salário mínimo é frequentemente utilizado como referência para esse mínimo existencial.
O salário mínimo no Brasil é definido anualmente pelo governo federal. Dessa forma, acompanhando a evolução socioeconômica do país e a necessidade de garantir um padrão mínimo de vida, o valor do salário mínimo tem sido ajustado ao longo dos anos. No entanto, é importante ressaltar que o salário mínimo nem sempre é considerado suficiente para atender a todas as necessidades básicas de uma pessoa ou família.
A trajetória histórica do valor do salário mínimo no Brasil incluiu aumentos significativos ao longo das décadas. Desde a criação do salário mínimo em 1940, houve diversos reajustes e correções monetárias para manter seu poder de compra.
Para fornecer alguns exemplos relevantes, em setembro de 2021, o salário mínimo brasileiro era de R$ 1.100. Isso representava um aumento em relação ao valor do ano anterior. No entanto, vale ressaltar que o valor exato do mínimo existencial pode variar. Isso pois depende dos custos de vida e das necessidades básicas de cada região do país.
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Combate ao superendividamento
Como o presidente Lula citou, o aumento do mínimo exitencial também é uma ação de combate ao superendividamento da população. O superendividamento é uma situação na qual um consumidor acumula dívidas em excesso e perde a capacidade de honrar seus compromissos financeiros de maneira sustentável. Em outras palavras, é quando uma pessoa ou família se encontra em uma condição de endividamento excessivo. Assim, essas dívidas acabam dificultando ou impossibilitando o pagamento devido à falta de recursos financeiros disponíveis.
O superendividamento pode ocorrer por vários motivos, como:
- Desemprego,
- Redução de renda,
- Gastos excessivos,
- Empréstimos irresponsáveis,
- Falta de planejamento financeiro
- Mudanças inesperadas nas circunstâncias pessoais.
Assim, a medida que as dívidas se acumulam, o indivíduo enfrenta dificuldades para cumprir com as obrigações financeiras. Isso acaba resultando em atrasos nos pagamentos, juros e multas adicionais, o que agrava ainda mais a situação de endividamento.
Esse cenário pode levar a consequências negativas, como restrição de crédito, cobranças judiciais, perda de bens e impactos na saúde mental e emocional do indivíduo. É importante destacar que o superendividamento afeta não apenas a vida financeira das pessoas, mas também sua qualidade de vida de forma geral.
Diante desse problema, é fundamental buscar medidas de prevenção e soluções para o superendividamento, como planejamento financeiro, controle de gastos, renegociação de dívidas, busca por orientação financeira e, em casos mais graves, ações legais, como a recuperação judicial ou a concessão de medidas de proteção ao consumidor.
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Como o aumento do mínimo existencial pode ajudar no superendividamento?
O aumento do mínimo existencial pode contribuir para o combate ao superendividamento de algumas maneiras. Por exemplo, ao elevar o valor mínimo necessário para garantir condições básicas de subsistência, o aumento do mínimo existencial pode proporcionar uma renda mais adequada para as famílias em situação de vulnerabilidade. Dessa forma, isso pode ajudar a cobrir despesas essenciais, como alimentação, moradia e saúde. Isso acaba reduzindo a necessidade de recorrer a empréstimos ou créditos para suprir essas necessidades básicas.
Em adição, com um mínimo existencial mais alto, as pessoas podem ter uma margem maior de recursos para honrar suas despesas mensais. Dessa forma, conseguem evitar o acúmulo de dívidas em excesso. Um valor mínimo mais elevado pode permitir uma gestão financeira mais equilibrada, reduzindo a dependência de empréstimos e financiamentos que podem levar ao superendividamento.
Além disso, o aumento do mínimo existencial também pode influenciar positivamente a negociação de dívidas existentes. Com uma renda maior, os indivíduos têm melhores condições de renegociar seus débitos. Dessa forma, isso pode ajudar a aliviar a pressão financeira e facilitar o cumprimento das obrigações.