Um novo acordo ambiental que partiu de uma reunião de países europeus pode acarretar a primeira crise diplomática do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo que partiu Bruxelas apresentou uma proposta de acordo considerada como inadequada ao Mercosul.
O novo acordo ambiental vem tirando o sono das relações diplomáticas do governo Lula. A proposta europeia exige que o Brasil se comprometa a combater e reverter o desmatamento, além de cobrar medidas sociais e de direitos humanos.
Lula sofre primeiro golpe nas relações diplomáticas
Nesse sentido, essas seriam as condições para que o bloco europeu aceite um acordo comercial com o Mercosul. O pacto estava sendo negociado a portas fechadas entre os dois blocos, como parte de um acordo comercial que o presidente Lula espera fechar até meados do ano.
Após um período de quatro anos que foram conturbados quando referimos a relação diplomática entre Brasil e Europa, por conta de decisões do ex-presidente Jair Bolsonaro, esse é o primeiro golpe duro que Lula sofre em tentar reestabelecer a diplomacia brasileira.
Com pneumonia, o presidente Lula cancelou sua viagem à China, depois de reavaliação médica. Toda a agenda política e parlamentar no país foi cancelada.
Origem do acordo
As tratativas entre uma aproximação do Mercosul com o bloco europeu começaram ainda em 1999, quando foi lançado um projeto para aproximar os dois blocos. Vinte anos depois, o governo de Jair Bolsonaro conseguiu terminar as tratativas para aproximar os dois blocos.
Porém, devido os pronunciamentos de Bolsonaro e seu governo em relação as questões ambientas, os países da União Europeia decidiram por não aceitar o acordo comercial.
Por pressão da sociedade civil europeia, porém, Bruxelas iniciou as conversas para criar um protocolo adicional ao acordo comercial, agora com a presença do governo Lula, na esperança de que tais critérios fossem suficientes para acalmar ambientalistas.
Exigências feitas ao governo de Lula
As propostas ambientas feitas pelos países europeus para enfim fechar o acordo com os dois blocos acaba por trazer um peso para o Brasil e o governo de Lula. Isso acontece pois o Brasil deixaria sua figura voluntária em defesa de questões ambientais e passaria a ser obrigado a defender a pauta.
Internamente, o governo Lula acredita que, se os europeus querem cooperação com o meio ambiente, não precisam fazer exigências. Eles podem recorrer ao Fundo da Amazônia e investir para ajudar o país a reduzir o desmatamento.
Para o governo Lula, trata-se de uma negociação comercial que já concluída e que tal protocolo extra não poderia ser apresentado como uma carta de adesão. Também gerou muita irritação o fato de a Europa estar fazendo essas exigências ao governo Lula, que já se comprometeu em reduzir o desmatamento e reverter o desmonte das políticas ambientais de Jair Bolsonaro.