Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, se encontrou, neste domingo (21), com o presidente de Comores, Zali Assoumani. No encontro, registrado durante a cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão, o petista revelou que o Brasil vai apoiar a demanda da União Africana por uma vaga no G20, seguindo o exemplo da União Europeia, que compõe o grupo.
O presidente de Comores preside o bloco africano que, hoje, conta com 55 países-membros. No próximo ano, caberá ao Brasil a presidência do G20. De acordo com informações do portal “g1”, na conversa deste domingo, Lula e Zali Assoumani também discutiram sobre a necessidade de uma maior cooperação tecnológica do Brasil com a África como um todo.
Nesse sentido, os dois levantaram a possibilidades de ampliar iniciativas usando os bancos de fomento, como o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o desenvolvimento de infraestrutura.
Além da conversa com o presidente de Comores, também era esperado que Lula se encontrasse com o chefe do Executivo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula dos líderes do G7. No entanto, também segundo a “TV Globo”, o encontro, que aconteceria neste domingo, foi cancelado por “incompatibilidade de agendas”.
Questionado pela imprensa se havia ficado decepcionado, Volodymyr Zelensky, em tom de ironia, disse que foi Lula quem ficou desapontado com o cancelamento do encontro. “Eu acho que ele ficou desapontado”, disse ele, que, sorrindo, provocou risos entre os jornalistas. O governo de Lula, por outro lado, limitou-se a dizer que propôs dois horários diferentes para o encontro, mas não foi possível chegar em um acordo.
O encontro havia sido um pedido de Volodymyr Zelensky, que pretendia ter uma conversa em particular com o chefe do Executivo brasileiro durante a reunião do G7 – Volodymyr Zelensky enviou ao Palácio do Itamaraty um pedido de encontro. A reunião dos países do G7 começou na sexta-feira (19) e, além de Lula e Volodymyr Zelensky, também conta com a presença de Narendra Modi, presidente da Índia, país que o chefe do Executivo ucraniano também quer convencer a apoiá-lo no conflito contra a Rússia.
Atualmente, tanto o Brasil quanto a Índia têm mantido uma posição de neutralidade em defesa do cessar-fogo – essa é uma postura diferente, por exemplo, da adotada por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE), que integram o G7 e, na sexta, anunciaram que vão adotar novas sanções de contra a Rússia por conta da invasão da Ucrânia.
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