O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante um jantar ocorrido na noite de quarta-feira (29) com empresários em São Paulo, voltou a falar sobre a sua proximidade com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), seu vice. Na ocasião, o petista disse que não existirá, caso ele seja eleito, um “governo Lula”, mas sim uma chapa “Lula-Alckmin”.
De acordo com as informações publicadas pela jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, a declaração de Lula mostra que a aliança com Alckmin tem sido o principal trunfo do PT, que visa argumentar aos empresários, centro e mercado que o petista não adotará medidas “radicais” na economia.
Ainda conforme a comunicadora, a reunião foi realizada no apartamento do advogado Sergio Renault. Na ocasião, Lula disse que sua aliança com o ex-governador não “é para ganhar, é para governar”.
Em outro momento, o petista disse que seu sentimento era de que estivesse comemorando “bodas” com Geraldo Alckmin, pois é como se a dupla fosse unida há 50 anos. Na ocasião ele ainda disse que as “cotoveladas” do passado não comprometeram o respeito que eles têm um pelo outro.
Segundo Andreia Sadi, pessoas que estiveram no encontro contabilizaram que o ex-presidente elogiou Geraldo Alckmin pelo menos quatro vezes e ainda disse que se sente mais animado para um eventual governo do que em 2003, quando ele se tornou presidente da República pela primeira vez.
Lula diz que só tem raiva de Moro
Ainda durante o evento, Lula, além de dizer que um futuro governo seu com Alckmin teria caráter conciliador, pois ele quer “colocar empresário para conversar com trabalhadores”, contou que só tem “raiva” de uma pessoa: do ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil).
Sergio Moro foi quem comandou a operação Lava Jato, que culminou na prisão de Lula. O ex-presidente foi solto depois de mais de um ano preso e, em 2021, as condenações proferidas pelo ex-juiz foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que Sergio Moro foi parcial durante os trabalhos.