Nesta sexta-feira (29), a empresária Luiza Trajano, sócia e fundadora da Magazine Luiza, informou que o grupo criado por ela, Mulheres pelo Brasil, somente irá apoiar mulheres que estão se candidatando ao Legislativo caso estas se comprometam em implementar as premissas previamente combinadas em diversas áreas, como educação, saúde, sustentabilidade, direitos humanos e defesa da democracia.
Além disso, ela também confirmou, durante o evento realizado em São Paulo, que não se candidataria a qualquer cargo nestas eleições. “Sei que muita gente acha ruim, que muita gente torceu. Eu sofri muita pressão e foi muito difícil dizer não ao Brasil formalmente”, disse Luiza Trajano.
Com isso, para estas eleições, seu objetivo é incentivar a participação das mulheres na política nacional. Inclusive, ela faz uso de uma campanha chamada de “Pula para 50”, que tem, como principal meta, que metade dos cargos do Congresso Nacional sejam ocupados por mulheres.
Contudo, como a reserva oficial de vagas para mulheres ficou fora das mudanças aprovadas na minirreforma eleitoral que ocorreu em 2021, esta meta terá que ser atingida através de voto. Para atingir essa meta, Luiza Trajano disse que o Mulheres pelo Brasil não vai impedir a entrada de nenhum partido. “Somos apartidárias. Mas vamos acompanhar essa adesão às nossas premissas”, disse Luiza.
Popularidade apontou Luiza como candidata
A empresária, dona de uma das maiores varejistas do Brasil, foi apontada várias vezes como candidata à Presidência da República. Contudo, ela recusou a entrar nesta lista, informando que buscará ajudar a construir um Brasil melhor por outros meios, mas não pela política.
Luiza se afirma como “apartidária, mas política”, onde sua trajetória, como uma mulher de 73 anos, mostra um grande compromisso social à frente da Magazine Luiza, o que direcionou sua imagem para um patamar de uma líder bastante popular.
“Eu fui muito convidada. Foram muitos pedidos da sociedade, de partidos políticos, até para ser candidata à presidência”, conta Trajano, sem revelar quais, durante entrevista realizada à AFP na sede da empresa em São Paulo.
A fundadora da “Magalu” já foi bastante criticada por Jair Bolsonaro e, por outro lado, bastante elogiada pelo ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, ela prefere não assumir um lado, se preocupando apenas em liderar causas que promovam políticas de igualdade social, como o movimento Mulheres do Brasil.
Nesse sentido, Lula discursou, em uma entrevista à revista Time, onde ela figurou como a única brasileira entre as 100 pessoas mais influentes em 2021. Segundo ele, “em um mundo onde bilionários queimam fortunas em aventuras espaciais e iates, Luiza assumiu o desafio de “construir um Brasil melhor”. Contudo, para Bolsonaro, Trajano é uma “empresária socialista”.
Contudo, Luiza Trajano afirmou que não irá apoiar qualquer candidato à Presidência da República ou para qualquer outro cargo. Em entrevista ao Estadão, a empresária afirmou não ter se filiado a qualquer partido, mas que irá participar das eleições com seu grupo, o Mulheres pelo Brasil.