Nesta terça-feira (30), o presidente Lula (PT) oficializou a nomeação de Luiz Fernando Corrêa como o novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Atualmente, com 64 anos, Corrêa é ex-diretor-geral da Polícia Federal, passou por uma sabatina no Senado Federal. Sendo aprovado em 17 de maio, com 43 votos favoráveis, cinco contrários e duas abstenções.
Além disso, a indicação de Corrêa como o novo diretor-geral da Abin foi feita por Lula em março. Porém, era necessária a aprovação através da sabatina no Senado. Anteriormente, durante o governo de Jair Bolsonaro, o cargo de diretor-geral da agência era ocupado por Alexandre Ramagem, que deixou a função em março de 2022.
Atualmente, Ramagem exerce o cargo de deputado federal pelo PL no estado do Rio de Janeiro. Contudo, mesmo antes de sua nomeação oficial, Corrêa já estava envolvido nas decisões da Abin, sendo o principal órgão de inteligência do país. Logo, ele já havia selecionado parte de sua equipe.
Nomeações de equipe de Corrêa durante sabatina na CRE
Inicialmente, a sabatina de Corrêa na Comissão de Relações Exteriores (CRE) foi marcada para 30 de março. Contudo, foi cancelada devido a “dúvidas” em relação a dois nomes de sua equipe. Posteriormente, a pedido do presidente Lula, a sabatina foi reagendada para 4 de maio.
No entanto, Renan Calheiros questiona as nomeações de Alessandro Moretti como diretor-adjunto e Paulo Maurício Fortunato Pinto como secretário de Planejamento e Gestão do órgão.
Dessa forma, Corrêa defendeu a equipe, ressaltando a preparação de Moretti e a qualificação de Fortunato Pinto. Sendo assim, ele explicou que Fortunato Pinto foi afastado em 2008, após denúncias de grampos ilegais, mas foi acusado, absolvido e nunca exonerado.
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Como é o perfil do novo diretor-geral da Abin
Luiz Fernando Corrêa, que ocupou o cargo de diretor-geral da Polícia Federal de 2007 a 2011, foi nomeado como o novo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante seu tempo na PF, ele desempenhou um papel fundamental na criação da Força Nacional de Segurança Pública em 2004. Ou seja, essa força é composta por policiais cedidos pelos estados e pelo Distrito Federal (DF) e auxilia na segurança em situações em que o contingente local não é suficiente para lidar com casos de violência.
Formado em Direito em 1986, Corrêa concluiu uma pós-graduação em Gestão em Política de Segurança Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2005.
Além disso, o relator da indicação na Comissão de Relações Exteriores (CRE), destacou em seu parecer que Corrêa liderou a equipe responsável pelo desenvolvimento do Sistema Guardião durante seu tempo na PF. Afinal, essa plataforma digital de inteligência é utilizada para o processamento de dados a fim de aprimorar investigações. Com isso, Randolfe descreveu a ferramenta como um “marco na investigação e no combate ao crime organizado no Brasil”.
Durante seu tempo na PF, Corrêa se dedicou principalmente ao combate ao tráfico de drogas. Após se aposentar, ele ingressou no setor privado, tendo ocupado o cargo de diretor no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016.
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