A médica e cardiologista Ludhmila Hajjar realizou uma entrevista com o portal CNN e afirmou que recusou o convite para o Ministério da Saúde por “motivos técnicos”. “Fiquei muito honrada pelo convite do presidente [Jair] Bolsonaro, tivemos dois dias de conversas, mas infelizmente acho que esse não é o momento para que eu assuma a pasta do Ministério da Saúde por alguns motivos, principalmente por motivos técnicos”, acrescentou a mesma.
Ludhmila Hajjar é a favor do isolamento social e da proteção contra a Covid-19: ela vai na contramão das ideias do atual governo. A médica virou motivo de chacota nas redes sociais e os eleitores de direita criticaram a sugestão para o Ministério da Saúde. Ela afirmou que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro neste domingo (14) a fim de discutir sobre o isolamento social e a vacinação em massa da população brasileira.
Atualmente, o país já conta com quase 280 mil mortes e as médias móveis diárias aumentam de forma constante. Enquanto isso, não há um plano de vacinação definitivo e acredita-se que haverá a compra de apenas 100 milhões de doses da Pfizer para chegar até o mês de julho.
A própria médica acrescenta que, apesar de já haver indicado a cloroquina e outros medicamentos sem eficácia para a Covid-19, acredita que atualmente se devem pensar em alternativas já comprovadas: “Algumas medicações pregadas, como a cloroquina, ivermectina, azitromicina, o zinco e a vitamina D já se demonstraram não ser eficazes no tratamento da doença (…) Muitos de nós prescreveram cloroquina. Eu mesmo já falei isso: eu também [prescrevi]. “
E quem deve ocupar o lugar?
O Ministério da Saúde já passou por inúmeras lideranças diferentes. Ainda não se sabe quem deve ocupar o lugar do atual ministro Eduardo Pazuello. Muitos líderes de esquerda, e até mesmo religiosos, pedem explicações do governo sobre a forma como lidou com a pandemia: alguns ainda julgam as atitudes como crime de responsabilidade, passível de impeachment.
Além das compras das vacinas, que mostram uma tentativa de controlar a situação, ainda deve ocorrer a volta do auxílio emergencial no próximo mês. Os valores podem variar de R$ 175 até R$ 375, sendo o teto mais alto para as mães solteiras.
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