A Grendene encerrou o terceiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 208,1 milhões. Isso representa um crescimento de 88% na comparação com o mesmo período (R$ 110,7 milhões) e uma disparada de 526,8% em relação ao segundo trimestre deste ano (R$ 33,2 milhões).
A saber, a fabricante de calçados conseguiu alcançar resultados expressivos devido às bases comparativas fracas, em especial a trimestral. Ambas sofreram com a pandemia da Covid-19, mas o segundo trimestre deste ano afundou muito mais por causa da segunda onda da Covid-19 no país.
Outro fator que impulsionou o resultado da Grendene no terceiro trimestre se deu através de um crédito de ação judicial. Em resumo, o Supremo Tribunal Federal reconheceu inconstitucionalidade da incidência do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre a taxa Selic.
Assim, a empresa registrou um efeito líquido dos itens não recorrentes no lucro líquido de R$ 71,6 milhões. Aliás, caso esse crédito não tivesse acontecido no período, a Grendene teria encerrado o trimestre com um lucro líquido bem menor que o observado, de R$ 136,4 milhões.
Receita líquida da Grendene também avança
De acordo com a Grendene, a receita líquida cresceu 6,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passsado, para R$ 671,4 milhões. Por outro lado, os volumes produzidos para o mercado interno e o externo caíram no período. Isso ocorreu porque houve o fechamento de algumas fábricas da empresa.
Já a receita bruta da Grendene chegou a R$ 818,3 milhões, melhor resultado para o terceiro trimestre já registrado pela empresa. Inclusive, o valor superou em 5,9% a receita registrada no mesmo trimestre de 2020.
“O drive do crescimento de receita foi o melhor mix e os reajustes que fizemos ano passado e começo desse ano”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores, Alceu Albuquerque.
Além disso, a reabertura total das lojas após a segunda onda da Covid-19 impulsionou os resultados no terceiro trimestre. “A reabertura das lojas também apoiou esse momento positivo. Os canais de autosserviço que vinham performando muito bem, foram bem mas não tão bem como ano passado. O canal de sapataria foi o que melhor performou”, explicou Alceu.
Melissa se destaca no trimestre, mas inflação preocupa o futuro
Segundo a Grendene, a marca Melissa foi o grande destaque do trimestre, pois tem uma forte exposição em shopping centers. Contudo, Albuquerque lembra que a marca sofreu bastante com as restrições impostas pela pandemia e que ainda vem recuperando os níveis alcançados em 2019.
Por fim, a expectativa da Grendene para o quarto trimestre continua positiva. No entanto, a empresa citou a inflação nas alturas como um fator limitante dos gastos dos consumidores nos últimos meses do ano.
“Estamos otimistas para o quarto trimestre, que é tradicionalmente o mais forte em vendas. Mas de fato temos visto um certo receio da população principalmente por causa de inflação, que está em alimentos, combustíveis e energia. Não tem como fugir dela e para o público das classes mais baixas pega boa parte da renda”, explicou Alceu.
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