A Lojas Americanas não terá bons motivos para se lembrar do seu desempenho no mercado de ações em julho. Isso porque as duas ações da companhia lideraram as perdas da bolsa brasileira no mês. Aliás, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa, afundou 3,94% em julho, primeiro recuo mensal desde fevereiro.
Vale destacar que 62 das 84 ações do Ibovespa tombaram em julho. A propósito, a média de desvalorização dos 10 papéis que mais caíram no mês ficou em -17,38%, recuo quase duas vezes maior que a média das 10 piores ações em junho (-9,02%).
Voltando a Lojas Americanas, os papéis da varejista ocuparam as duas primeiras posições no ranking de perdas mensais. A saber, o maior tombo (-25,90%) veio da empresa Americanas SA, resultado da fusão do grupo controlador da Lojas Americanas com a B2W Digital. Este era, até então, o guarda-chuva das operações digitais da empresa.
O que explica o forte tombo no mês é a reação dos acionistas, que não ficaram felizes com a nova estrutura acionária da companhia. Ao mesmo tempo, o setor varejista, que teve forte desempenho no ano passado, parece estar se reacomodando. E o segmento mais ligado ao comércio eletrônico parece estar sofrendo mais atualmente.
Por isso, as ações preferenciais da Lojas Americanas também afundaram em julho, ocupando a segunda posição no ranking (-20,72%). Nas duas posições seguintes, ficaram os papéis da Via Varejo (-20,27%) e do Pão de Açúcar (-19,74%). Esses fortes tombos das varejistas reforçaram o mês difícil para ações do setor.
Confira o top 10 completo das maiores perdas do Ibovespa em julho
A quinta posição foi ocupada pela CVC Brasil ON (-19,55%), que afundou no mês, principalmente, por causa da variante Delta do novo coronavírus. A vacinação continua avançando no mundo, mas as doses dos imunizantes seguem concentradas nos países desenvolvidos.
Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a disparada de 80% de casos mundiais e de 80% das mortes na África. O continente recebeu menos de 2% do total de vacinas fabricadas até hoje, segundo a OMS. Isso fez os temores globais crescerem, uma vez que a retomada econômica se vê novamente ameaçada.
Dessa forma, ações ligadas ao setor de turismo, uma das atividades mais atingidas pela pandemia e por todas as medidas restritivas relacionadas a ela, voltaram a afundar em julho.
No top dez ainda ficaram os papéis da Cogna ON (-15,94%) e da Yduqs ON (-13,95%), empresas ligadas ao setor educacional. Assim como aconteceu com as ações do setor de turismo, os investidores da educação também mostraram temor com a variante Delta.
Por fim, o top dez de perdas mensais ficou completo com as ações da Sul America unit (-13,94%), MRV ON (-12,19%) e EZTEC ON (-11,60%).
Leia Mais: Aneel informa que a bandeira vermelha continuará valendo em agosto