A investigação feita pela comissão que investiga as ações e omissões do governo federal durante a pandemia da Covid-19 constatou que o suposto lobista Marconny Albernaz Faria “vendeu” a indicação de Márcio Roberto Teixeira Nunes para um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, por “modestos” por R$ 400 mil.
De acordo com o jornalista Otávio Guedes, da “Globo News”, o esquema funcionava da seguinte forma: Marconny Albernaz, que prestou depoimento na CPI da Covid-19, avisava ao pretendente do cargo qual autoridade ele iria encontrar, mas, para isso, pedia um adiantamento financeiro.
Ainda conforme o jornalista, Márcio Roberto, o indicado de Marconny Albernaz, acabou sendo preso em outubro de 2020. À época, ele foi capturado durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), que tinha como objetivo investigar o pagamento de R$ 1,6 milhão em propinas na contratação de uma empresa fornecedora de materiais e equipamentos laboratoriais.
Lobista se encontrou com advogada de Bolsonaro
Um desses encontros de Marconny Albernaz aconteceu com a advogada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Karina Kufa. Conforme as informações colhidas em mensagens trocadas pelo WhatsApp, pelo encontro, o suspeito teria cobrado R$ 40 mil.
Além da advogada de Bolsonaro, Marconny Karina Kufa tem contato com outras duas pessoas próximas ao presidente; o filho, Renan, o “04”, e a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, que, inclusive, deverá prestar depoimento à CPI da Covid-19 nas próximas semanas.
Além dessas pessoas citadas, também existe a informação de que o suposto lobista teria contato forte com um senador, também apoiador de Bolsonaro. Todavia, o suspeito ainda não revelou quem seria esse parlamentar. “Não revelou, mas a CPI, com certeza, vai chegar a este nome”, disse o vice-presidente da CPI da Covid-19, o senador Randolfe Rodrigues.
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