Nesta quarta-feira (3), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse a operação feita pela Polícia Federal, tendo como mira o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, é preocupante em relação ao ponto de vista sanitário. Porém, Lira pediu cautela em relação aos seus desdobramentos políticos do caso que investiga fraude em cartões de vacinação tanto do ex-presidente quando de sua filha Laura.
“O que aconteceu hoje do ponto de vista sanitário é preocupante, mas do ponto de vista político, a gente tem que ter muita cautela. Nós não precisamos de nenhum acirramento político e social mais nesse país. As providências têm que ser tomadas, isso está claro, ao nível de justiça”, disse Arthur Lira, em entrevista concedida à GloboNews. O presidente da Câmara disse esperar por “serenidade” na condução das investigações. “A gente já viveu momentos de instabilidade e a Justiça precisa agir com tranquilidade, ater-se aos fatos e aos atos [para] a gente ver como é que isso vai chegar ao final sem maiores problemas políticos”, disse Lira.
Um outro ponto citado por Arthur Lira é que a operação feita pela Polícia Federal não é positiva no sentido de articulação política, no entanto, para ele, pautas urgentes como o arcabouço fiscal não podem ser afetas pela investigação. “Não altera [o ambiente para o arcabouço]. O que aconteceu hoje não foi bom e não deve melhorar o ambiente. (…) Essa polarização, nas conversas com os líderes, estamos preservando. É uma matéria importante para o país, o país todo anseia por uma baixa dos juros. Se a polarização vier para matérias econômicas, perdemos todos”, avaliou Lira.
Lira também comentou sobre PL das Fake News
Durante entrevista concedida à GloboNews, Arthur Lira afirmou que vem analisando entrar com uma ação contra plataformas digitais, como Google, Meta, Twitter e TikTok devido à campanha contrária ao PL das Fake News. Segundo o presidente da Câmara, as empresas realizaram um “pressão desumana”, que inclusive, para ele, prejudicou a imagem da Câmara dos Deputados.
“É como se tivessem impedido o funcionamento de um Poder e, no direito comparativo, nós vamos procurar todos os meios para entrar com uma ação responsabilizando pelo ato quase de horror que eles praticaram na vida dos deputados em uma semana para votação dessa matéria”, disse Arthur Lira. “[A Câmara] vai agir. Eu pedi ontem ao advogado da Câmara. Vou movimentar a procuradoria e também o diretor-geral [da Câmara] para fazerem estudos fornecendo os dados, as informações que chegaram a mi dos abusos que houveram”, completou.
“A pressão foi horrível, desumana e mentirosa. O pior é isso. Se tivesse tratado dos fatos, não tinha problema nenhum, mas venderam um tema totalmente desvirtuado, passando que a Câmara dos Deputados estava votando um projeto que censuraria, um projeto que amordaçaria, que tiraria a liberdade de expressão. Não é isso que defendemos e nunca defenderemos”, argumentou Arthur Lira, defendendo a Câmara dos Deputados e argumentando que as big techs “ultrapassaram limites da prudência”.