Randolfe Rodrigues, líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, anunciou nesta quinta-feira (19) sua desfiliação do partido Rede Sustentabilidade, que foi fundado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O senador chegou ao partido em 2015. Em nota, além de dizer que sua desfiliação tem “caráter irrevogável”, o parlamentar afirmou que, “nos últimos anos, o povo brasileiro enfrentou a sua quadra mais dramática”.
“A Democracia, há muito conquistada, esteve sob real ameaça”, disse ele, completando que, “neste período, nas ruas, nas instituições e em especial no Parlamento”, seu partido “esteve ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação”. “Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica”, disse.
Em outro momento, Randolfe Rodrigues, que não revelou para qual legenda irá, agradeceu o “companheirismo e o convívio” na legenda. “Em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará”, disse ele, completando que tem “certeza” de que continuará junto da legenda “nas lutas por democracia, justiça e na construção de uma sociedade livre da fome e da opressão”.
O anúncio da saída de Randolfe Rodrigues acontece após ele ter tecido críticas à decisão do Ibama, vinculado ao MMA, de proibir exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. “A decisão do Ibama contrária a pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado”, disse ele.
“O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”, completou o senador em sua conta no Twitter. De acordo com o Ibama, estudos de impacto ambiental apresentados pela Petrobras foram insuficientes – Rodrigo Agostinho, que é presidente do Ibama, afirmou que, hoje, a estatal pode entrar com um novo pedido de licenciamento.
Com a saída de Randolfe Rodrigues, agora, a Rede Sustentabilidade fica sem nenhum representante no Senado, visto que o parlamentar era o único da legenda na Casa. Na Câmara, a Rede só é representada por Túlio Gadêlha e pela própria Marina Silva, criadora do partido que, hoje, está licenciada do cargo para comandar o Ministério do Meio Ambiente.
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