Conhecido como “Chorão”, o líder de caminhoneiros Wallace Landim deu uma entrevista ao apresentador José Luiz Datena nesta segunda-feira (27) dizendo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve parar de “ouvir” o ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação aos combustíveis.
“Não queremos esmola, queremos dignidade para poder trabalhar. Não queremos nos tornar ‘pedintes’, queremos que o governo tenha responsabilidade e faça algo de concreto. Pare de ouvir Paulo Guedes”, disse o caminhoneiro.
Em outro momento, ele explicou que o termo “esmola” se refere a um auxílio planejado pelo governo para os caminhoneiros para tentar amenizar a alta do diesel. De acordo com as informações, o valor do benefício seria de R$ 1.000 e foi batizado de “Pix Caminhoneiro”.
Paralisação dos caminhoneiros
Durante a entrevista, “Chorão” confessou que os caminhoneiros podem entrar em greve caso haja novo aumento. “A gente está se sentindo como palhaço. Agora estou no momento de organizar os grupos por regiões”, começou.
“Eu estou afirmando que pode ter greve de caminhoneiro, sim. Acho que estou muito mais preocupado com a classe mais baixa do que o próprio governo federal. Se tiver esse aumento, vamos parar esse país novamente”, completou ele durante a entrevista.
Auxílio para a categoria
De acordo com informações do jornal “O Globo”, Paulo Guedes já bateu o martelo no valor de R$ 1.000. No entanto, existem entraves para o benefício, pois a lei eleitoral proíbe a criação de benefícios em ano de eleição.
Na tentativa de driblar a lei, o governo pretende criar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Todavia, até mesmo essa alternativa está sujeita a questionamentos na Justiça, pois partidos de oposição podem denunciar o caso alegando que o governo está tentando se beneficiar do auxílio em um ano de eleição, visto que os caminhoneiros compõem um dos principais grupos de apoio da gestão Bolsonaro.
Leia também: Caminhoneiros: como uma greve impactaria a economia?