Número revelados nesta terça-feira (28) pelo Anuário de Segurança Pública, com base em informações do Exército, mostram que o registro de armas de fogo cresceu 474% durante o governo do presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro defende o uso de armas para ‘garantir’ a democracia
De acordo com o levantamento, que levou em conta os registros para atividades de caçador, atirador desportivo e colecionar (CAC) até 1º de julho de 2022, em 2018, antes de Bolsonaro se tornar presidente, o número de pessoas com registros CAC era de 117,5 mil.
Na época, 56 brasileiros a cada 100 mil possuíam licença para armas. Agora, são 673,8 mil registros, isto é, na prática, a cada cem mil pessoas, 314 têm a autorização para ter uma arma de fogo.
No anuário, assinado por Isabel Figueiredo, Ivan Marques e David Marques, pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca-se o aumento “descontrolado” do número de armas e munição em circulação no Brasil.
Ao longo do documento, os pesquisadores destacam que, dentre essas armas, incluem-se aquelas com um alto poder destrutivo, como fuzis – eles também destacam as potenciais consequências do aumento de armas em circulação, como a maior chance de se haver desvios de armas regulares para o crime.
“Em síntese, há um conjunto de ingredientes que desconsideram as evidências científicas sobre o impacto de longo prazo que armas de fogo e munições exercem na sociedade brasileira e que preparam o país para um cenário literalmente explosivo”, afirmam os pesquisadores.
Brasil tem mais armas particulares do que públicas
Ainda de acordo com o anuário, destaca-se que, hoje, com base nos dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal (PF), o Brasil tem mais armas particulares do que públicas. Segundo o levantamento, das 1.490.323 armas de fogo com registro ativo em 2021, por exemplo, somente 384.685 estavam ligadas a órgãos públicos.
Por fim, o documento ainda relata que, hoje, o total de armas de fogo em acervos particulares é de 4.429.396 entre registros regulares (Sinarm e Sigma) e irregulares (no Sinarm). “Entre outros aspectos, isso significa dizer que de cada 3 armas de fogo em estoques particulares, 1 está em situação irregular”, afirmam os pesquisadores.
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