Segundo um comunicado feito pela Latam nesta última quarta-feira (31), a empresa suspendeu a emissão de passagens comprada pela empresa de viagens Hurb e também acionou a justiça, cobrando uma dívida de R$10,78 milhões que, ao somar multas e honorários, sobe para R$13,61 milhões. Ainda de acordo com o comunicado, a empresa aérea entrou com a ação contra o Hurb na última dia 24.
Um dos pedidos em liminar feitos pela Latam é que as contas do Hurb sejam bloqueadas para que os pagamentos sejam devidamente realizados. No entanto, viagens já programadas com bilhetes emitidos pelo Hurb serão honradas pela Latam. . O processo da Latam se refere a liquidação de quatro compas feitas entre março e abril, onde o vencimento da últimas delas ocorreu em 10 de abril.
A Latam chegou a notificar a dívida ao Hurb no dia 18 de abril, que reconheceu a falta de pagamento. Com isso, foi definida uma nova data de vencimento para 21 de abril. A partir disso, a Hurb deixou de responder aos e-mails da companhia aérea. O contrato entre ambas as companhias havia sido firmado em 2021, quando foi determinada uma exigência de compra de no mínimo R$2,5 milhões em bilhetes da Latam por ano.
Na nota publicada, a Latam disse que “se solidariza com a situação dos clientes da Hurb e informa que honrou e está honrando todas as viagens programadas com bilhetes emitidos pela agência de viagens. A companhia reforça que não cancelou nenhum deles. Outros fornecedores também já pararam de realizar parcerias com o Hurb.
Hurb demitiu 400 funcionários
Na última terça-feira, o Hurb demitiu 40% de seus 1000 funcionários. A decisão foi tomada logo após a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), atualmente vinculada ao Ministério da Justiça, ter determinado a suspensão da venda de pacotes flexíveis por parte do Hurb. Atualmente, estes pacotes são a maior fonte de renda do Hurb, bem como a principal fonte dos atuais problemas.
Em nota, o Hurb afirmou que “inúmeras medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade dos negócios, entre elas a readequação de seu quadro de colaboradores, além de outras ações que visam a redução de despesas”. “Em respeito às pessoas, a empresa não fornecerá detalhes sobre essas movimentações e reitera que está prestando todo o apoio para os profissionais afetados, sempre respeitando a legislação trabalhista”, completou.
No último dia 22, Otávio Brissant, atual CEO da companhia, teve um encontro com a Senacon e garantiu que todas as pessoas que compraram pacotes flexíveis iriam viajar, apresentando um plano de viabilidade de seus negócios. Contudo, o órgão considerou que o plano era insuficiente e, de acordo com Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor, o bloqueio das vendas foi para proteger os consumidores.
Contudo, mesmo depois a determinação, a empresa continuou vendendo os pacotes flexíveis. A companhia afirmou, em nota, “que ainda não foi notificado pela secretaria sobre o resultado da ação e, por questões legais, não comentará sobre o processo”. Também em nota, a empresa aponto que “está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos”.