Acontece nesta terça-feira (03) o julgamento de Marcos Venicio Andrade, acusado de ter matado o ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata com um tiro no ombro, em dezembro de 2018. O réu confesso está sendo julgado no Fórum Criminal de Vitória, na capital do estado.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) revelou que o julgamento é presidido pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, podendo durar até três dias, visto que serão ouvidas 11 testemunhas, além do interrogatório do réu.
Durante entrevista a jornalistas antes do julgamento, Homero Mafra, advogado que defende Marcos Venicio, afirmou que seu cliente não premeditou o crime, tendo agido no calor da emoção. Ainda conforme ele, a defesa não pensa em absolvição e trabalha para tentar reduzir a pena do acusado.
Por outro lado, o advogado que representa a família do ex-governador diz que acredita que os jurados escolhidos “dirão em alto e bom som que nós capixabas não toleramos a brutalidade, não toleramos crimes premeditados, crimes feitos com crueldade contra cidadãos de bem”.
“A família fica muito ansiosa porque esse processo doloroso hoje é revivido. Nós estamos há quase dois anos e meio desde o assassinato do senador Gerson Camata e reviver isso no momento em que a família já seguia tentando evoluir, seguir a vida com os netos que nasceram. É um momento de dor, mas que é necessário para que esse capítulo seja encerrado, para que a sociedade conheça a resposta que é dada pelo estado a esses casos de brutalidade”, disse Ludgero Liberato.
A morte do ex-governador
Gerson Camata foi morto em dezembro de 2018 na Praia do Canto, em Vitória. O crime ocorreu em frente a um restaurante, quando o ex-governador foi atingido por um tiro no ombro depois de uma discussão com um ex-assessor.
Marcos Venicio, que foi assessor de Camata por 19 anos, confessou o assassinato e foi preso em flagrante no mesmo dia do crime. Em 2009, o acusado havia feito uma denúncia contra Gerson Camata, dizendo que ele obrigava os funcionários a usar os salários para pagar suas despesas.
Após as investigações, a Justiça concluiu que não havia provas e condenou o ex-assessor a pagar uma indenização de R$ 60 mil. De acordo com a Polícia Civil, que é quem investigou a morte, este teria sido o motivo do crime e o Ministério Público o denunciou por homicídio qualificado.
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