Mais um filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está na mira do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A bola da vez é Carlos Bolsonaro (Republicanos), que teve a quebra dos sigilos bancário e fiscal decretada nesta terça-feira (31).
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, que é vereador da capital carioca, é investigado pela suposta contratação de funcionários “fantasmas”. Além do parlamentar, mais 26 pessoas e sete empresas tiveram os sigilos quebrados.
Decorridos dois anos de investigação sobre o esquema das rachadinhas, essa foi a primeira vez que o nome de Carlos Bolsonaro foi anunciado como investigado.
O pedido para que os sigilos fossem quebrados partiu do MP, que investiga as dezenas de contratações que o vereador fez desde que assumiu uma cadeira na Câmara, há 21 anos.
Segundo o regulamento da Casa, assessores nomeados por governadores precisam cumprir uma carga semanal de 40 horas de trabalho. Todavia, segundo o MP, muitos desses profissionais não cumpriam o expediente e podem ser considerados funcionários “fantasmas”.
Possibilidade de ‘rachadinha’
De acordo com o MP, promotores investigam a possibilidade da prática de “rachadinha” no gabinete de Carlos Bolsonaro, assim como teria supostamente acontecido no gabinete do irmão dele, Flávio.
Por conta disso, o Ministério Público pediu a quebra dos sigilos para saber se a contratação desses funcionários fantasmas foi ou não uma tática para que o vereador desviasse salários.
Dinheiro vivo
Ainda conforme o MP, as investigações sobre Carlos Bolsonaro mostraram indicativos de irregularidades, com o fato de ele ter usado grandes quantias de dinheiro vivo para aquisições, por exemplo, de bens. Um desses bens foi um imóvel, pago em 2003 por Carlos Bolsonaro, que deu R$ 150 mil em espécie para a compra de um apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio de janeiro.
O Ministério Público também revela a existência de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que revela operações financeiras suspeitas envolvendo Carlos Bolsonaro.
Uma delas foi feita pela mãe do vereador, Rogéria Nantes Bolsonaro, no valor de R$ 1,7 milhão. Para as investigações, a movimentação acima da capacidade financeira cadastrada, e também as transferências atípicas, podem demonstrar indícios do crime de lavagem de dinheiro na conta da suspeita.
O que diz Carlos Bolsonaro
Em nota, a defesa do vereador Carlos Bolsonaro disse que um processo do próprio MP “já atestou a compatibilidade com os rendimentos à época” no caso do apartamento na Tijuca.
Sobre o relatório do Coaf, a defesa afirmou que ainda não teve acesso às informações e “permanece à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento as autoridades”.
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