A Justiça Federal autorizou a soltura de Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da “Vaza Jato”. A informação foi dada pela jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, nesta terça-feira (11). De acordo com ela, Walter Delgatti Neto será obrigado a usar tornozeleira eletrônica, apresentar um relatório mensal ao e-mail do delegado com local, horário e atividades desenvolvidas na internet, informar o endereço residencial atualizado e avisar a polícia se tiver de se ausentar do estado de São Paulo por mais de 48 horas.
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Segundo a comunicadora, quem revelou que Walter Delgatti Neto será solto foram os advogados de Delgatti, Ariovaldo Moreira e Matheus Moreira. O homem foi preso em 2019 na Operação Spoofing, que investiga a invasão de contas de Telegram de autoridades.
Walter Delgatti Neto foi autorizado a responder em liberdade mediante algumas condições – dentre elas, não usar internet de nenhuma forma, nem mesmo aplicativos de mensagens. No final de junho, o hacker, que estava em liberdade, voltou a ser detido após revelar que estava cuidando do site e das redes sociais da deputada federal Carla Zambelli (PL).
O hacker também foi preso porque estava fazendo compras online e usando um e-mail como chave pix para arrecadar doações, além de não ter sido foi localizado nos endereços indicados à Justiça – ele estava proibido de se mudar sem autorização. Segundo as informações, a detenção preocupou o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pois eles se assustam com a possibilidade de Walter Delgatti Neto fechar uma delação premiada.
Anteriormente, o hacker já revelou ter sido levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em agosto de 2022, em meio à campanha eleitoral. Na ocasião, o núcleo bolsonarista quis saber detalhes do sistema de urnas eletrônicas.
De acordo com as informações, o hacker não saiu do núcleo bolsonarista, e foi parar na mira da Polícia Federal por outro motivo: a invasão dos sistemas do CNJ para inclusão de um falso mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra si mesmo. Segundo Andreia Sadi, aliados de Bolsonaro temem que o hacker envolva Carla Zambelli no episódio da invasão do CNJ – isso, mesmo ela dizendo não reconhecer o conhecimento das declarações de Delgatti sobre o episódio.
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