Dados divulgados pelo Banco Central nesta semana mostraram que a taxa média dos juros do cartão de crédito atingiram o patamar de 437,25% no mês de junho. O valor representa uma queda de 16,7 pontos percentuais em relação ao mês de maio, quando atingiu, 453% ao ano. Dessa forma, o resultado de junho mostra a menor taxa desde março, quando atingiu 433,3% ao ano.
Contudo, como se pode ver, o juro rotativo do cartão de crédito ainda continua em patamar bastante elevado. Segundo os dados do Banco Central, a taxa média apresenta alta acumulado de 66,9% pontos percentuais nos últimos 12 meses. Além disso, o valor para junho é o maior desde junho de 2016, quando atingiu 470,62% ao ano.
Os juros rotativo do cartão de crédito é cobrado do cliente quando o mesmo paga menos que o valor integral da fatura, tendo duração de 30 dias. Por exemplo, aqueles que caíram no rotativo com uma dívida de R$500, terão que desembolsar o valor adicional de R$2.186,50. Ou seja, a dívida ao final de um ano estará totalizada em R$2.686,50.
Juros médios dos bancos tiveram queda
Segundo dados do Banco Central, pela primeira vez neste ano, a taxa média de juros na concessão de crédito livre teve queda. Com isso, o valor que antes era de 45,4% passou para 44,6% ao ano em junho, redução de 0,8 ponto percentual. Contudo, no acumulado de 12 meses, a alta nos juros médios é de 5,6 pontos percentuais.
Na concessão de crédito livre, os bancos possuem autonomia para emprestar dinheiro captado no mercado e definir qual taxa de juros irá cobrar aos clientes. Por outro lado, no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo e é destinado aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
Dessa forma, a taxa média do crédito direcionado atingiu 12% ao ano, uma redução de 0,4% no mês e alta de 1,3% no acumulado 12 meses. Ao segmentar a concessão do crédito direcionado, é possível observar que houve variação de 0,1% na taxa para pessoas físicas em junho, chegando a 12%. Já para pessoas jurídicas, a taxa caiu 1,4% no mês, chegando ao patamar de 11,9% ao ano.
Governo busca medidas para redução do rotativo
Devido ao alto patamar dos juros do crédito rotativo, o governo federal vem buscando soluções para reduzir o custo desta linha de crédito. Com isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), vem negociando com bancos uma saída para resolver o problema. Contudo, as conversas não avançaram muito.
Na visão do ministro, o rotativo é uma questão bastante preocupante, dado que prejudica principalmente a população de baixa renda. As medidas para sanar o problema parecem estar paradas por hora, dado que, ao ser questionando sobre crédito rotativo em entrevista coletiva, ele disse que o tema não foi discutido com o presidente Lula.