O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reportou nesta quarta-feira (15) a sua decisão sobre os novos rumos da política monetária adotada no país. A saber, a entidade financeira elevou a meta da taxa de juros de referência do país em 0,75 ponto percentual. Com isso, a taxa subiu para o patamar de 1,5% a 1,75%.
Em resumo, esta é a maior alta dos juros nos EUA desde 1994. Aliás, o Fed havia projetado na reunião anterior que a taxa de juros deveria encerrar o ano entre 1,75% e 2%. No entanto a taxa deverá ficar bem mais elevada que o esperado devido a forte inflação no país.
Por falar nisso, a taxa inflacionária anual nos EUA chegou a 8,6% em maio, maior patamar desde dezembro de 1981 (8,9%). O avanço superou as projeções do mercado e pressionou ainda mais o Fed a elevar os juros no país para segurar a inflação.
Em suma, uma taxa mais elevada de juros tende a reduzir o poder de compra do consumidor, desaquecendo a economia. Isso acontece porque a demanda enfraquecida impede que os preços de bens e serviços subam expressivamente no país, uma vez que a procura pelos itens está menor.
Produtos importados devem ficar mais caros no Brasil
Embora a decisão se refira aos EUA, os juros mais altos na maior economia mundial deverão afetar todo o planeta. No caso do Brasil, o que mais vai impactar na vida da população é o aumento dos preços dos produtos importados.
Na verdade, quanto mais altos os juros nos EUA, mais rentáveis ficam os ativos relacionados ao governo. Dessa forma, os investimentos estrangeiros tendem a crescer no país, fortalecendo o dólar.
Como a cotação internacional de bens e serviços é feita em dólar, tudo que vier de fora deverá ficar mais caro. Aliás, nem todos sabem, mas diversos produtos consumidos diariamente vêm do exterior, ou seja, ficarão mais salgados para os brasileiros.
Um grande exemplo é o trigo, usada em pães, bolos, massas e biscoitos. A saber, entre 50% e 60% do trigo consumido no Brasil vem do exterior, ou seja, os produtos derivados do grão deverão ficar ainda mais caros no país. Isso sem esquecer da guerra na Ucrânia, que também está pressionando a inflação global.
Por fim, não há como esquecer os combustíveis. Na verdade, a Petrobras deverá elevar os preços do diesel e da gasolina nesta semana. No entanto, o governo vem tentando segurar esses reajustes a todo custo para que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato à reeleição, não seja afetada.
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