O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (2) a sua decisão sobre os novos rumos da política monetária adotada no país. A saber, a entidade financeira elevou a taxa de juros de referência do país em 0,75 ponto percentual (p.p.), para o intervalo de 3% a 3,25%.
Em resumo, o Fed também havia elevado a taxa de juros em 0,75 p.p. em junho, julho e setembro. Aliás, com o sexto aumento neste ano, a taxa de juros chegou ao maior nível desde o início de 2008, quando o planeta sofreu com a crise financeira.
Agora, o Fed projeta que a taxa de juros encerre o ano em até 4,60%, e não mais entre 1,75% e 2% como esperado no início deste ano.
Por falar nisso, a inflação anual nos EUA vem se mantendo em patamar bastante elevado nos últimos meses. E o aumento dos juros ajuda a desacelerar a taxa inflacionária na maior economia global.
Em suma, uma taxa mais elevada de juros tende a reduzir o poder de compra do consumidor, desaquecendo a economia. Isso acontece porque a demanda enfraquecida impede que os preços de bens e serviços subam expressivamente no país, uma vez que a procura pelos itens está menor.
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Produtos importados devem ficar mais caros no Brasil
Embora a decisão se refira aos EUA, os juros mais altos nos Estados Unidos deverão afetar todo o planeta. No caso do Brasil, o que mais vai impactar na vida da população é o aumento dos preços dos produtos importados.
Na verdade, quanto mais altos os juros nos EUA, mais rentáveis ficam os ativos relacionados ao governo norte-americano. Dessa forma, os investimentos estrangeiros deverão crescer no país, o que fortalece o dólar.
Como a cotação internacional de bens e serviços é feita em dólar, tudo que vier de fora deverá ficar mais caro. Aliás, diversos produtos consumidos diariamente vêm do exterior, como o trigo, usado em pães, bolos, massas e biscoitos. A saber, entre 50% e 60% do trigo consumido no Brasil vem do exterior.
Também não há como esquecer os combustíveis. Em síntese, a política de preços da Petrobras leva em consideração a cotação internacional do barril de petróleo e as oscilações do dólar. Assim, quanto mais cara estiver a moeda americana, maiores os riscos de alta dos combustíveis no país.
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