O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (14) a sua decisão sobre os novos rumos da política monetária adotada no país. A saber, a entidade financeira elevou a taxa de juros de referência do país em 0,50 ponto percentual (p.p.), para o intervalo de 4,25% a 4,5%.
Em resumo, o Fed havia promovido quatro altas consecutivas de 0,75 p.p. na taxa de juros, e o novo avanço marca um aperto monetário um pouco menor. Aliás, este é o sétimo aumento neste ano, fazendo a taxa de juros chegar ao maior nível desde 2007.
Vale destacar que a inflação anual nos EUA vem se mantendo em patamar bastante elevado nos últimos meses. Em novembro, a taxa anual chegou a 7,1%, abaixo das projeções de analistas. Contudo, a taxa ainda está muito elevada, e o aumento dos juros ajuda a desacelerá-la.
Em suma, uma taxa mais elevada de juros tende a reduzir o poder de compra do consumidor, desaquecendo a economia. Isso acontece porque a demanda enfraquecida impede que os preços de bens e serviços subam expressivamente no país, uma vez que a procura pelos itens diminui.
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Veja como os juros elevados impactam o Brasil
A saber, os juros mais altos nos Estados Unidos deverão afetar todo o planeta. No caso do Brasil, o que mais vai impactar na vida da população é o aumento dos preços dos produtos importados.
Na verdade, quanto mais altos os juros nos EUA, mais rentáveis ficam os ativos relacionados ao governo norte-americano. Dessa forma, os investimentos estrangeiros deverão crescer no país, o que fortalece o dólar.
Como a cotação internacional de bens e serviços é feita em dólar, tudo que vier de fora deverá ficar mais caro. Aliás, diversos produtos consumidos diariamente vêm do exterior, como o trigo, usado em pães, bolos, massas e biscoitos. A saber, entre 50% e 60% do trigo consumido no Brasil vem do exterior.
Também não há como esquecer os combustíveis. Em síntese, a política de preços da Petrobras leva em consideração a cotação internacional do barril de petróleo e as oscilações do dólar. Assim, quanto mais cara estiver a moeda americana, maiores os riscos de alta dos combustíveis no país.
Além disso, o dólar mais elevado encarece a dívida pública do Brasil e pressiona o BC brasileiro a também manter os juros elevados no Brasil. Isso porque, mesmo com uma inflação mais baixa, uma redução nos juros brasileiros pode fortalecer o dólar e impulsionar novamente a inflação no país.
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