Os juros bancários médios do país tiveram um forte avanço em 2021. De acordo com o Banco Central (BC), os juros com recursos livres, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, de pessoas físicas e empresas chegou a 33,9% ao ano no final de dezembro.
A saber, a taxa ficou 0,2 ponto percentual abaixo do nível registrado em novembro (34,1%). Aliás, esse foi o maior patamar da série histórica, com início em dezembro de 2019, e a mesma taxa de fevereiro de 2020, início da pandemia da Covid-19.
Em suma, o juro bancário médio estava em 25,5% ao ano no final de 2020. Isso quer dizer que a taxa cresceu 8,4 pontos percentuais (p.p.) em 2021, para 34,1%. Inclusive, essa foi a maior variação dos juros nos últimos seis anos, ou seja, desde 2015, quando a taxa subiu 9,9 p.p.
O principal motivo desse forte avanço foram as recorrentes elevações da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 2021. Em resumo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou sete vezes a taxa Selic no ano passado.
A propósito, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação do país, que alcançou o maior patamar desde 2015. A alta da Selic impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, a inflação tende a cair também.
Veja detalhes do aumento dos juros bancários em 2021
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 20,0% ao ano em dezembro. A saber, o nível é o mais alto desde janeiro de 2019 (20,3% ao ano). Além disso, a taxa ficou 8,4 p.p. superior aos juros de 11,6% ao ano no final de 2020.
Por sua vez, os juros cobrados nas operações com pessoa física alcançaram 45,1% ao ano em dezembro. Esse é o maior patamar desde março de 2020 (46,4% ao ano) e supera em 7,9 p.p. a taxa registrada no final de 2020 (37,2% ao ano).
O BC também divulgou dados do cheque especial, que cobra juros muito mais elevados que os anteriores. Em suma, o juro médio nessa operação para pessoas físicas ficou em 127,6% ao ano em dezembro, superando em 12 p.p. os juros registrados no final de 2020 (115,6%). Vale destacar que o BC adotou um teto para estes juros, de 8% ao mês e 151,82% ao ano.
Já os juros bancários cobrados nas operações com cartão de crédito rotativo avançaram para 349,6% ao ano em dezembro. Essa taxa média é a mais elevada desde agosto de 2017 (392,3% ao ano). Analistas ressaltam que essa é uma das linhas de crédito mais caras do mercado e que deve ser evitada.
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