Os juros bancários médios do país estão cada vez mais elevados. De acordo com o Banco Central (BC), os juros com recursos livres, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, de pessoas físicas e empresas passaram de 29,8% ao ano em agosto para 30,6% ao ano em setembro.
A saber, esse é o maior nível dos juros bancários desde abril do ano passado, início da pandemia da Covid-19. À época, o valor estava em 31,3% ao ano. E o principal motivo para esse avanço é justamente a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, que já subiu seis vezes apenas neste ano.
Ontem (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa Selic de 6,25% para 7,75% ao ano. Aliás, a elevação superou as projeções dos economistas, que acreditavam em um avanço de 1,25 ponto percentual (p.p.).
Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação do país, que segue nas alturas. A elevação da Selic puxa consigo os juros praticados no país. Assim, reduz o poder de compra do consumidor e desaquece a economia. E isso vem acontecendo, porque a inflação não dá sinais de queda. Pelo contrário, a prévia de outubro também superou as estimativas.
Veja detalhes do aumento dos juros bancários em setembro
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas passou de 16,2% ao ano em agosto para 17,1% ao ano em setembro. A saber, essa é a maior taxa desde janeiro de 2020 (17,6% ao ano). Da mesma forma, os juros cobrados nas operações com pessoa física avançaram de 40,8% em agosto para 41,3% em setembro, maior nível desde abril deste ano (41,4%).
Por sua vez, o cheque especial cobra juros muito mais elevados que os anteriores. Em suma, o juro médio nessa operação para pessoas físicas saltou de 125,1% ao ano em agosto para 128,6% ao ano em setembro. Nesse caso, o patamar é o mais alto desde março de 2020 (130,6% ao ano). Vale destacar que o BC adotou um teto para estes juros.
Já os juros bancários cobrados nas operações com cartão de crédito rotativo avançaram de 335,8% ao ano em agosto para 339,5% ao ano em setembro. Essa taxa média é a mais elevada desde agosto de 2017 (392,3% ao ano). Analistas ressaltam que essa é uma das linhas de crédito mais caras do mercado e que deve ser evitada.
“O objetivo da politica monetária, quando faz aumento ou redução de juros, é que isso se transmita da taxa de juros básica para as demais taxas de juros da economia. Em termos macroeconômicos, o ciclo de política monetária é o fator relevante agora [para alta dos juros bancários]”, disse Fernando Rocha, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC.
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