Os juros bancários médios do país cresceram em janeiro deste ano. De acordo com o Banco Central (BC), os juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegaram a 35,3% ao ano no primeiro mês de 2022. Este indicador não inclui os créditos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A saber, a taxa é a mais elevada desde novembro de 2019, quando os juros chegaram a 35,5%. Isso quer dizer que o nível é o maior em mais de dois anos. O BC divulgou os dados nesta quinta-feira (24).
Em suma, o juro bancário médio estava em 28,4% ao ano no final de janeiro de 2021. Isso quer dizer que a taxa cresceu 6,9 pontos percentuais (p.p.) em um ano. No ano passado, a variação acumulada dos juros foi de 8,4%, maior patamar dos últimos seis anos.
O principal motivo do forte avanço foram as recorrentes elevações da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 2021. Em resumo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou sete vezes a taxa Selic no ano passado.
A propósito, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação do país, que alcançou o maior patamar desde 2015. A alta da Selic impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, a inflação tende a cair também.
Veja detalhes do aumento dos juros bancários em janeiro
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 21,3% ao ano em janeiro, ante 19,7% no mês anterior. A saber, este é o nível mais alto desde fevereiro de 2018 (22,2% ao ano).
Por sua vez, os juros cobrados nas operações com pessoa física passaram de 45% ao ano em dezembro de 2021 para 46,3% ao ano em janeiro deste ano. A propósito, este é o maior patamar desde março de 2020 (46,4% ao ano).
O BC também divulgou dados do cheque especial, que cobra juros bem mais elevados que os anteriores. Em suma, o juro médio nessa operação para pessoas físicas ficou em 128,4% ao ano em janeiro, ante 127,9% ao ano em dezembro. Vale destacar que o BC adotou um teto para estes juros, de 8% ao mês e 151,82% ao ano.
Já os juros bancários cobrados nas operações com cartão de crédito rotativo caíram de 347,4% ao ano em dezembro para 346,3% ao ano em janeiro. Analistas ressaltam que essa é a linha de crédito mais cara do mercado e que deve ser evitada. No entanto, sua demanda em 2021 foi a maior em dez anos.
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